A religião e política não devem andar juntas; muito pelo contrário não se pode e nem se deve misturar o campo da religião com o da política, no que tange à esfera administrativa de um município, estado ou país.
Primeiro antes de aprofundarmos no assunto, sabemos que o homem é um ser político, não somos contra líderes religiosos entrarem na política e disputarem cargos eletivos, por exemplo, desde que há neste contexto uma divisão do papel do líder na religião e o papel dele na política.
Não podemos ser hipócritas ao ponto de ignorar que a política está dentro da religião, todos nós sabemos que a Igreja Católica, elege os seus papas no conclave, que nada mais é uma eleição fechada para definir quem será o responsável pela condução do povo católico. O conclave é um claro exemplo da presença política dentro da religião, o que estamos contestando não é isso, e sim o uso da política na religião.
Estamos vendo no cenário atual o uso, em alguns casos, da religião como forma de ação política em defesa de uma ideologia de Poder. Algo que do ponto vista da religião e do cristianismo não soa bem.
Usa-se a religião para ganhar adeptos em redes sociais e aliados e em muitas vezes de forma convincente. Nesta questão percebemos que em alguns casos, com honrosas exceções, líderes políticos estão comprando ideias de gestores de todas as esferas e defendendo-as dentro dos seu templos, na tentativa de convencer os seus seguidores de que este ou aquele político e mais cristão ou menos cristão e que defenderia mais o povo de Deus do que aquele.
Esse tipo de defesa e o convencimento dos líderes religiosos é perigoso, pois a política pública e partidária é feita de homens, muitos deles cristãos sim, mas falhos como o todo o ser humano.
Vejamos igrejas defendendo ação de políticos a favor da pena de morte ou até mesmo da liberação de armas de fogo, algo que vai contra o pensamento cristão de paz e fraternidade.
Também vemos políticos que se dizem cristãos, olharem para a quantidade de mortos pelo Covid-19 e dizer; “E daí?”, ao invés de mostrar complacência com o momento de dor das vítimas e da famílias.
Acreditamos que para o bem da nossa religião, independente de credo, que a política deve ser deixada para políticos fora da igreja e que os líderes que acham importante defender teses de políticos que a façam, mas também do lado de fora dos templos, dentro desses locais deve se concentrar prioritariamente no que pensando cristão e nos ideais de amor e fraternidade que temos dentro dos nosso corações.