ECONOMIA

No MT, 17 das 40 indústrias frigoríficas estão paralisadas

Com a paralisação das três unidades do Grupo Frialto aumentou para 17 o número de indústrias frigoríficas que deixaram de funcionar no Estado, das 40 existentes. O levantamento é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), feito a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). O comprometimento da produção acontece mesmo após os acordos firmados nas assembleias de credores dos frigoríficos Independência, Arantes e Quatro Marcos, que enfrentam processos de recuperação judicial.
Segundo a Acrimat, com o fechamento de três unidades do Frialto a situação do pecuarista ficou mais delicada. O frigorífico é responsável por 6,49% da capacidade de abate no Estado, mas na região do médio-norte responde por 58,26% do abate e, no norte, por 24,86%.
O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, comenta que o fechamento dessas unidades do Frialto teve reflexos diretos na cotação do boi gordo, pois no médio-norte e no norte os pecuaristas recebem de 2 a 3 reais a menos pela arroba que nas demais regiões. Vacari acredita que "a situação só vai se reverter quando políticas públicas sérias forem voltadas para os pequenos e médios frigoríficos, que precisam de linha de crédito para fluxo de caixa".
Os pecuaristas se unem às queixas dos pequenos frigoríficos em relação às dificuldades de acesso aos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente da Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), Fernando Porcel, diz que "o BNDES libera recursos para os grandes frigoríficos sem limites, mas para os pequenos o procedimento é bem diferente". "Nós conhecemos as barreiras de crédito enfrentadas pelo Frialto", completou. Porcel disse que todos estão apreensivos esperando a divulgação do plano de recuperação judicial do Frialto. "Enquanto isto, estamos vendendo nosso gado pressionados pelas contas que estão vencendo. Depois dessas contas pagas, vamos ver o que vamos fazer."
O levantamento feito pelo Imea também mostra que o fechamento das unidades concentra o abate em Mato Grosso nos grandes grupos do setor. Segundo o levantamento, o JBS tem 32,23% da capacidade de abate do Estado, com 11 unidades. A concentração é maior em algumas regiões. Na região do Vale do Arinos (norte de Mato Grosso), o JBS detém 66,27% da capacidade total de abate. Na região centro-sul, o JBS responde por 44,67% e, na região sudeste, 42,83%. O Marfrig, com duas plantas, é responsável por 10% dessa capacidade no Estado. Apenas dois grupos, o JBS e Marfrig, detêm 42,22% da capacidade de abate em Mato Grosso.

Fonte:Agência Estado

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