A nossa entrevista desta semana é com a produtora cultural Sarah Jane Ereio Venâncio. Natural de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), Sarah Jane mudou-se para Rondonópolis com sete anos em 1977. A paixão pela arte surgiu logo cedo graças ao incentivo da mãe que era pedagoga e ministrava na escola, as atividades de teatro e dança. Sarah Jane formou-se pela Royal Academy Of Dance, como bailarina, coreógrafa e atriz. Há mais de 30 anos, ela e o esposo Paulo César Venâncio comandam a Academia Líder de Artes.
1. Conta um pouco da sua vida profissional?
Eu sou professora de ballet clássico formada pela Royal Academy Of Dance, é uma organização internacional especializada em ensino da dança clássica, atualmente sou presidente da Associação de Profissionais da Dança e também sou delegada regional de Mato Grosso junto ao Conselho Brasileiro da Dança e sou empresária desde 1986.
2. Você tem filhos? Trabalham com você?
Tenho duas filhas, trabalham comigo, a Yasmine trabalha mais na área do fitness e no marketing da academia e a Ariel mais na área clássica, ela me ajuda nas produções dos espetáculos. Elas me ajudam no administrativo é uma empresa familiar.
3. Quais os projetos para este ano?
Este ano estou retomando o Festival Mato-grossense que havia sido encerrado em 2009 e estamos agora reativando em Cuiabá, estamos levando o espetáculo da escola “Frozen: uma aventura congelante” que será apresentado no teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Temos previsto para esse ano, algumas participações em festivais de dança, provavelmente na “Conexão Dança” que acontece em Sinop e no Festival Internacional de Dança em Goiás.
4. Quando começou a Academia Líder de Artes?
A Academia começou como empresa em 1983, inicialmente em Jaciara (MT), quando o Venâncio veio para Mato Grosso para trabalhar em um projeto de engenharia, ele é engenheiro civil. Ele descobriu a cachoeira em Jaciara e resolveu fazer a academia no município. Em Rondonópolis já tinha a Academia Lena Dança Moderna, onde ele ministrava aulas, por isso, não pensava em abrir a academia na cidade. Com o passar do tempo, ele entendeu que era mais interessante ter a própria empresa em Rondonópolis, pois ficava difícil dar assistência nas duas cidades. Em 1984, a empresa foi transferida para Rondonópolis e ficava na esquina entre a Rua Dom Pedro com a Avenida Amazonas. Por volta de 1989, veio para a sede atual na Vila Aurora e sofreu várias reformas ao longo desses anos. A Academia sempre trabalhou com artes marciais e aulas de dança, quando o Venâncio trouxe a sede para Rondonópolis, ele trouxe a primeira sala de musculação. Depois disso, começaram as atividades na área de ginástica.
5. Qual o grande diferencial da Academia?
Hoje temos um leque grande de atividades, o nosso grande diferencial é que a dança ela é um trabalho que existe há anos na academia e os nossos alunos participam de espetáculos, de exames da Royal, de amostras de danças. E também as artes marciais, os atletas recebem treinamento de arbitragem, de técnicos de campeonato, enfim, são várias funções que eles têm acesso.
6. Quanto tempo leva para um (a) bailarino (a) se profissionalizar?
O ballet clássico de 12 a 14 anos, outras danças demoram um pouco menos, depende muito da pessoa se ela tem uma base clássica, leva um determinado tempo. É uma pessoa que nunca fez aula de dança, leva outro tempo. Depende também da musicalidade da pessoa, da coordenação, do talento para aquele tipo de dança, algumas você pode praticar em qualquer idade, outras já impõem limites de faixa etária.
7. Tem algum espetáculo que você tem um carinho especial?
Nós já montamos alguns: O Mundo Mágico dos Gnomos, Pra Não Chorar O Meu Vale e Além do Arco-Íris. Além disto, nós montamos grandes produções de repertórios, o “Dom Quixote” e também “O Quebra Nozes”. E alguns musicais “Moulin Rougue” e “A Bela e A Fera” e agora “Frozen: uma aventura congelante”.
8. Foi lançada recentemente, uma proposta sobre uma arena multifuncional para Rondonópolis, qual a ideia principal?
Eu trouxe a ideia porque o senador José Medeiros se colocou a disposição ajudar e fui pesquisar o que poderia inspirar a gente no projeto e foi o Centreventos Cau Hansen, sediado em Joinville (SC) que teatro, cultura, esportes e eventos comerciais. Foi montada uma comissão que está estudando a forma de viabilizar e nós temos uma proposta encaminhada pelo engenheiro de Joinville quanto a valores para o projeto e o custo. Estamos vendo a viabilidade, se será uma gestão compartilhada, uma parceria público-privada.
9. Qual sugestão você daria para a área cultural em Rondonópolis?
Precisamos de um fundo de fomento com recursos reais, editais, que possam ser aplicados em produções e projetos culturais e esportivos. Investimentos com visão da economia, da cultura e do entretenimento, um espaço adequado e um olhar turístico em Rondonópolis. É necessário que haja a conscientização e o incentivo juntos aos empresários com relação anúncios fiscais voltados à cultura e esporte levando essas informações também aos diretores de marketing e contadores. Também seria importante um mapeamento dos profissionais em empresas voltadas a essa área e que todos tenham um objetivo comum para os artistas, esportistas, estudantes, sociedade em geral e também para a economia.