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Rondonópolis
domingo, novembro 24, 2024

Violência, praga da sociedade

Nessa mesma coluna já por mais de uma vez abordamos esse tema. E hoje, associando-nos à comoção nacional que tomou conta do país com a morte do jornalista Santiago Andrade, no estrito cumprimento do seu dever, vitima da violência que, de hábito, vem ocorrendo de todas as manifestações pacíficas por esse Brasil afora, estamos enfocando essa "praga da sociedade nacional" que repercute negativamente na imagem do Brasil lá fora, não bastasse já a desconfiança dos investidores estrangeiros, quanto ao Brasil.
Vivemos em uma nação onde a livre manifestação, em qualquer circunstância conta com a garantia constitucional. No entanto, desde as manifestações do ano passado que começaram contra os aumentos das passagens de ônibus, passou depois aos protestos pelo mau uso do dinheiro publico;
Foi necessária a morte de um jornalista, para despertar as autoridades constituídas e responsáveis pelos destinos desse nosso país. A Sra. presidente convocou reunião com alguns de seus ministros para "deliberar sobre as medidas que deverão ser tomadas para conter a violência" para preservar a nossa imagem de um país "cor de rosa", (nem tanto) como ela o pintou, recentemente na reunião do Fórum Econômico Internacional em Davos (Suíça).
O ministro da justiça declarou em reunião com os representantes de entidades profissionais da imprensa que necessário se faz garantir o livre exercício do jornalismo durante qualquer que seja a manifestação. O presidente do senado falou no mesmo tom.
Diga-se de passagem que a preocupação com preservar a imagem do Brasil, é apenas o pano de fundo, pois a preocupação na verdade é com um "5 de outubro" desabonador aos atuais detentores dos destinos do país, com um eleitorado mais consciente com seu dever cívico do voto, venha mudar os rumos da Nação.
Na verdade a violência não está somente nas grandes cidades, mas campeia livremente por todo o país, atingindo também o campo. Não são raros, em nosso Estado mesmo, os assaltos e latrocínios praticados em chácaras e fazendas. Aliás nossa Rondonópolis é detentora do triste e vergonhoso recorde de ser a cidade mais violenta da região e, proporcionalmente, mais violenta do que a capital. Aliás, há comparações proporcionais que a colocam como a MAIS VIOLENTA DO BRASIL
Diariamente a mídia, em todas as suas expressões, registra um a dois assassinatos, dois a três assaltos; números estes que dobram nos finais de semana. É a violência pessoal, é a violência no trânsito. Há que se frisar que as grandes vilãs da violência pessoal são as drogas e as bebidas. Já no tocante ao trânsito, a irresponsabilidade dos condutores de veículos, em sua grande maioria jovens que dirigem sem os mínimos cuidados, como verdadeiros "donos do pedaço" que talvez nunca ouviram falar de "direção defensiva", mesmo porque a sua quase totalidade jamais passou por uma auto – escola, mal sabe o que é uma carteira de habilitação.
Mas por falar em drogas, não podemos esquecer que Rondonópolis está no centro das rotas de entorpecentes procedentes da vizinha Bolíviia. Não podemos esquecer que Mato Grosso conta com uma eficiente polícia de fronteira – o GEFRON – mas a imensidão da fronteira seca entre Mato Grosso e Bolívia, mesmo que se alocasse um policial a cada dois metros para vigia-la, o efetivo policial do estado seria insuficiente. A população e até mesmo alguns colegas da imprensa atribuem a violência em Rondonópolis à ineficiência policial, aos despreparo dos policiais. É importante frisar, no entanto, recente entrevista a um canal de TV quando o sr. delegado regional sediado em nossa cidade afirmava, alto e bom som, que aos nossos dias o efetivo policial em nossa cidade é, nada mais, nada menos do que a metade (frise-se: A METADE) do efetivo de cinco anos atrás. E acrescentou que os "mapas da violência" são periodicamente encaminhados às autoridades superiores. Com a palavra, pois, o sr. secretário da pasta da segurança pública, com a palavra o sr, governador do estado.
Sempre que a polícia, em qualquer estado desse imenso Brasil, age no cumprimento da sua obrigação de manter a ordem e usa de mais energia contra desordeiros, vândalos, baderneiros infiltrados em movimentos pacíficos, de imediato o destaque deixa de ser o vandalismo, a desordem provocada e se passa a acusar a polícia de violenta, de agir com truculência. Os defensores dos "Direitos Humanos (Direitos?) manifestam-se ao lado da bandidagem, mas nem uma palavra quando um policial cai varado pelas balas dos bandidos.
Voltando ao caso do jornalista assassinado a que nos referimos acima há alguns pontos que despertaram a atenção dos meus 69 anos de jornalismo:
a- a presteza com que agiu a polícia na captura de Caio, o principal suspeito pela ação delituosa;
b- apenas Fábio, um dos acusados da prática do delito, foi detido, compareceu à delegacia, uma ativista de codinome "Cininho" e tenha dito que ali estava para oferecer a assistência de que ele viesse a precisar. Indagada por um repórter se ela era advogada, respondeu com todas as letras: "nós temos advogados à disposição para garantir nossos direitos";
c- também de imediato compareceu um advogado para defender o suposto réu, o mesmo aliás que acompanhou a diligência policial que resultou na captura de Caio, o outro suspeito disse, textualmente, que "são jovens inexperientes, de famílias pobres; "miseráveis" (a palavra que o advogado usou) e que são aliciados, manipulados. Ora, advogados não trabalham de graça, ser aliciado por alguém representa a presença de dinheiro. tal qual os serviços advocatícios. Alguém está financiando.
Sempre defendi a tese do caráter político, de que há alguém, alguma organização por traz desses atos de vandalismo, em geral contra a propriedade privada: são lojas, concessionárias de veículos, supermercados. Uma ou duas vezes apenas, desde as manifestações de junho/julho passado, atingiram bens do poder público.
Acredito em caráter político nessas manifestações de vandalismo para desestabilizar o poder constituído. Já surgiu o nome de um deputado estadual, coincidentemente do PSOL, ferrenho adversário do PT. Ora, não seria lícito imaginar que pudesse ser exatamente o contrário? Que os radicais aliados ao governo fossem os mentores de tudo, exatamente para acusar a oposição? Não seria um expediente para que os candidatos que se opõem ao poder atual sofram a derrota nas urnas?
Ora, senhores, cabe à sociedade organizada continuar com as suas campanhas, contra as drogas e pela humanização do trânsito., contra o vandalismo. Nós da imprensa não podemos apenas nos limitar a noticiar, a reportar, o que, aliás, é nossa obrigação. Mas é também nosso dever cívico, (e falo do alto dos meus 69 anos de jornalismo) nos engajarmos em todas os movimentos a favor da redução da violência, darmos a nossa contribuição nesse ano eleitoral alertando os srs, candidatos para que tenham como bandeira de suas campanhas um movimento supra – partidário por um Brasil recorde da pacificação. Está na hora de muda para melhor.
J. V. Rodrigues

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