Vida: o primeiro direito da cidadania

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Com o tema “Vida: Dom e compromisso”, a Igreja Católica no Brasil promove a Semana Nacional da vida, dos dias 1 a 7 de Outubro, culminando com o dia do Nascituro (dia 8/10ª). A constituição federal proclama como o primeiro dentre todos os direitos individuais e coletivos, “a inviolabilidade do direito à vida” (Artigo V da constituição).  

Portanto, a vida deve ser respeitada em todos os seus estágios, etapas e manifestações, até o seu declínio natural com a morte. Proclamamos a sacralidade e inviolabilidade do ser humano. 

O dia do nascituro lembra a sacralidade da vida!  Lembra, também, que os filhos são dons preciosos de Deus e uma das finalidades e motivações do Matrimonio. O filho é reflexo vivo do amor e sinal permanente da unidade conjugal.

Na verdade os filhos são testemunhas vivas do encontro amoroso do casal e, também, profetas de um mundo que se renova na continuidade da vida e da obra criadora de Deus.

Os pais são colaboradores na obra da transmissão da vida. O laboratório ajuda, mas não substitui o relacionamento conjugal! Os filhos, além de serem os artífices do futuro, são a continuidade da vida dos Pais e de toda a humanidade.

A Igreja não anda na contramão da historia e da ciência, com me perguntou um repórter. Pelo contrário a Igreja aplaude o progresso da ciência, e se encanta com os avanços e as maravilhas das conquistas cientificas. Entretanto, desejamos que todas as buscas do homem, no campo científico, sejam feitas à luz da ética da vida, do respeito pela sacralidade e inviolabilidade da vida humana.

Isto é, buscando sempre aquilo que é bom para a preservação e aperfeiçoamento da vida humana e do planeta. E não para a sua destruição! É a ciência a serviço da vida, do bem do homem e do mundo em que habitamos. A bioética, uma ciência relativamente nova, inaugurada pelo Oncologista Americano: Van Rensselaer Potter(1971), desencadeou no mundo, sobretudo na comunidade cientifica, um processo de reflexão sobre os limites e balizamentos éticos da Ciência.

A bioética, de cunho personalista, que é a corrente adotada pela Igreja, tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida Humana. É uma nova disciplina que combina o conhecimento biológico (científico) com o conhecimento dos valores humanos. Podemos afirmar: uma “ponte” entre duas culturas: a científica e a humanística.

E o principio fundamental da bioética personalista, é o principio da defesa da vida física como valor fundamental vida humana.

O respeito pela vida, a sua defesa e a sua promoção, representa o primeiro imperativo ético do homem diante de si mesmo e dos outros. É muito oportuno ouvir as palavras do Apóstolo Paulo:

“Não vos conformeis com este mundo” (Rom.12,2). A Igreja não deve concordar com tudo o que hoje se sustenta em nome do cientificismo.  Para muitos a Igreja se apresenta como a Igreja do “Não”. Mas na verdade somos a Igreja do “Sim”. Sim ao direito de nascer e viver com dignidade! Sim ao direito de ser original e irrepetível (não à clonagem!). Sim à vida de todos, em todas as suas formas e manifestações!

Sim, às pesquisas levadas adiante com seriedade e serenidade, sem sensacionalismo e vãs promessas! Sim à pesquisa com células-tronco adultas e não células-tronco embrionais!  Sim aos empenhos da ciência por minorar os sofrimentos, inclusive de doenças de cunho genético, mas sem esconder o mistério do sofrimento e da cruz como caminhos de crescimento humano! Sim às infinitas manifestações dos milagres da vida! Finalizo lembrando as palavras de Santa Tereza de Calcutá:

“Se aceitamos que uma mãe pode matar sua criança, como podemos dizer para outras pessoas que não matem uns aos outros?”, e, outro pensamento da Patrona da Pastoral familiar, Santa Gianna Beretta Molla (Itália):

“Entre a minha vida e do meu filho, salvem a criança”. Por isso, amemos a vida! Sejamos, sempre, defensores e promotores da vida dos que não nasceram e dos que já nasceram! Lutemos por Brasil e um parlamento sem aborto! Pois, o dom da vida humana é o bem mais precioso para cada pessoa e para toda a humanidade!

Deusdédit de Almeida é padre da Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá