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sábado, novembro 23, 2024

Vereador Beto do Amendoim – Do trabalho na roça, as ações voluntárias a vereador em Rondonópolis.

Cidadão Rondonopolitano natural da cidade de Amambaí Mato Grosso do Sul, Gilberto Lima dos Santos sempre foi muito desprendido diante das causas sociais e começou atuar em apoio as comunidades desde muito jovem. Vamos conhecer um pouco mais da trajetória de vida do micro empresário, hoje atuante vereador por Rondonópolis na sigla partidária (PSL).O nosso entrevistado chegou em Rondonópolis com 7 anos de idade.
JFR: O senhor começou a trabalhar cedo, como foram aqueles momentos?
Vereador Beto do Amendoim: Corria a década de 1980, e meu pai Antônio Cardoso dos Santos, minha mãe Marlene Lima dos Santos nos incentivava para o trabalho, e com 4 pra 5 anos de idade eu já deixava a área limpa, varria juntava as folhas das arvores derrubas pelos ventos. Com 6 anos de idade eu já ajudava o meu pai a apartar bezerro, ele tirava o leite para despesas. Nós já estávamos morando no município de Guiratinga, e com 7 anos de idade eu já fui para o campo trabalhar, o fazendeiro dono da propriedade Alcedir Vasconcelos, vendo o meu esforço vendo o meu interesse e a minha dedicação ao trabalho, chegou até a fazer um salário pela minha atuação. O meu pai prontamente conversou com ele e disse: “Com a ajuda do Beto o senhor não precisa contratar outra pessoa, nós conseguimos tocar a propriedade.” E nós trabalhamos nessa propriedade durante 2 anos e 7 meses.
JFR: Dentro dessas atividades no setor rural houve algumas mudanças que envolveu toda a família cite algumas delas:
Vereador Beto do Amendoim: Nós saímos de Amambaí, para as proximidades de Guiratinga, depois mudamos para Jangada onde ficamos durante 2 anos e posteriormente retornamos a Rondonópolis na região dos Viola. O meu pai sempre procurou fazer o melhor para toda a família, e na região em que nós residíamos havia uma dificuldade muito grande para estudarmos. Ele decidiu mudar para Rondonópolis afim de facilitar os nossos estudos, e saiu a procura de um serviço, mas ele inicialmente não conseguiu e retornou para a zona rural. Nós fomos para a região da entrada dos viola, região conhecida também por cinco e meio onde começamos a tirar leite, na fazenda do Cicero João de Carvalho, que inclusive tem um escritório de Contabilidade. La eu fiquei dos 12 anos aos 14 anos e 7 meses, foi o período onde nasceu a Kesia minha irmã mais nova foi um momento muito feliz junto com os meus familiares. Nós Tiravamos o leite as 2h e meia da manhã, estendia o trabalho até as 8h da manhã após as 8h eu ia quebrar cupim, roçar pasto e passar veneno. Quando era 5h e meia da tarde eu pegava a bicicleta e fazia 13 a 14 quilômetros de bicicleta para ir a escola, chegava em casa por volta das 23h e 45 quase próximo a meia noite. E assim seguia a minha rotina durante 2 anos e 7 meses de segunda a sexta feira, com apenas duas horas e meia de sono.
JFR: O baixo salário foi a motivação de sua mudança de atividade, mas gostaríamos de saber como se deu essa mudança?
Vereador Beto do Amendoim: Um belo dia eu me encontrava logo abaixo da extinta Casa Moreira, tinha um salão de cabeleireiro e havia uma lojinha de roupas bem ao lado, e eu queria comprar uma calça e uma camisa com aquele meio salário, mas com 28 Reais eu só consegui comprar uma calça, Foi aí que eu pensei com todo aquele meu esforço e dedicação não poder comprar o que eu preciso, confesso que fiquei decepcionado, fiquei magoado com o trabalho na zona rural. Hoje o salário mínimo de um poder de compra muito grande, se comparado com aquela época. Mas eu disse, eu não posso parar eu vou vencer. Depois fui cuidar de uma chácara na Vila Cardoso onde eu cuidava de uma horta, e ganhava uma porcentagem pela produção dos produtos e ganhava uma outra porcentagem pela venda. Com isso eu trabalhava menos e ganhava um pouco mais, nessa ocasião eu estava com 14 anos de idade e já morava sozinho. Posteriormente a chácara foi vendida, foi quando o senhor Neivo que tinha uma rede de açougues em Rondonópolis de nominada Casa de Carnes e Companhia me convidou para trabalhar com ele, passei então a morar na propriedade dele, eu ganhava um salário de 120 reais, quando o salário mínimo era 96 reais. Mas eu sonhava em crescer juntar uma soma maior de dinheiro que eu pudesse crescer e chegar onde eu queria. E assim me comuniquei com o senhor Neivo agradeci e saí daquele serviço.
JFR: Como surgiu o grande incentivo para que o senhor seguisse em frente e não desistisse de um dia se tornar um vereador em Rondonópolis?
Vereador Beto do Amendoim: Não importa o tamanho do seu sonho, sonhe porque o seu sonho pode ser realizado. O sonho de vereador nasceu em meu peito eu tinha 13 anos, era duas horas da tarde com um sol de mais de 40 graus, eu estava quebrando cupim na região do Cinco e Meio, naquele momento eu viajei na ideia: “Nossa se eu pudesse ser um vereador em Rondonópolis…. eu pensei eu sou capas. Ao chegar em casa comentei com a minha mãe sobre a minha abstração e ela prontamente apoiou, já outras pessoas me diziam: Você não tem chance nenhuma, você não tem dinheiro e não tem família, uma cidade de 200 mil habitantes, como você vai ser vereador não tem chance. Mas eu sempre confiei no positivismo e hoje estou aqui.
JFR: Como surgiu o apelido Beto do Amendoim?
Vereador Beto do Amendoim: Fui trabalhar com vendas na cidade, e com 16 para 17 anos eu conheci o amendoim, foi uma situação muito engraçada, a minha “tia Rose” tinha sido candidata a vereadora, e eu sempre fui muito apaixonado por politica, eu chamava de tia por consideração, ela esposa do Orizon, eu tenho uma grande consideração por eles que me acolheram quando eu cheguei na cidade. E ajudei na campanha, vesti a camisa, mas perdemos a eleição por muito pouco, naquela ocasião ela ficou como 1ª. Suplente. Após essa campanha eu fui trabalhar no jogo do bicho na empresa Colibri que era liberada na cidade trabalhei muito a noite eu trabalhava na Lanchonete Pé de Cedro na estação rodoviária, e dormia em cima do balcão. Dormia apenas 2h porque eu tinha que levar o resultado da banca do bicho para as pessoas, com isso eu consegue alugar o meu quarto. Um dia eu estou na lanchonete servindo as pessoas, e todo dia estava presente um rapaz chamado Canário e todos os dias ele lanchava, bebia refrigerante, bebia cerveja pagava para todo mundo. Eu fiquei intrigado com aquilo e puxei o assunto que não queria parar na minha mente, perguntei a ele: “Qual é a sua profissão? Ele me disse, eu sou vendedor de amendoim, mas vendedor de amendoim que toma cerveja todo dia, pensei: “esse cara está com rolo? Perguntei, que jeito que é esse amendoim? Ele respondeu é o amendoim torrado dentro da casca, e perguntou se eu queria vender amendoim para ele, e me explicou eu vendo a 2 reais, duas por 3 o litro, e pra vendedor eu entrego a 1 real o litro e se você comprar 10 litros eu te dou 1 de amostra que é para você dar pras pessoas experimentarem. Eu ganhava 5 reais por dia, eu disse a ele me traz 5 litros e me dá meio só para eu conhecer. O meu horário de serviço começava as 6 e meia da tarde que ia até as 5h da manhã do dia seguinte. Eu comecei fazendo as lanchonetes no fim da tarde, comecei onde é o CISC, tinha um lugar que vendia dobradinha, comida cearense próximo ao antigo camelódromo. Quando eu cheguei nos bares eu já tinha vendido tudo porque eu tinha feito 10 pacotinhos com meio litro e vendia a 1 real, e eu já havia ganho 5 reais em poucas horas. Enquanto que na lanchonete eu trabalhava a noite toda das 6 e meia até as 5 e meia da manhã para ganhar 5 reais. A partir dai testei os diversos horários e vi que vender amendoim de manhã não da certo. Decidi sair da lanchonete comentei a minha nova opção de trabalho com o senhor Maurílio e segui em frente com o amendoim. De lá pra cá não tive mais dificuldade financeira.
JFR: Vamos encerrar esta entrevista com três perguntas: Qual a importância da família para o senhor, trabalho voluntário continua fazendo parte da sua atuação politica, e Para finalizar a quem o senhor gostaria de agradecer?
Vereador Beto do Amendoim: A família é muito importante e fundamental para a realização de qualquer cidadão, é a base de tudo. Quero agradecer a minha esposa Lucinéia Aparecida Pereira de Deus Lima e meus filhos Kauan, Ketlen e Uanderson. Eu sai de casa muito cedo acabei perdendo um pouco do contato com os meus pais, hoje eu trouxe o meu pai para morar comigo. O trabalho voluntário também uma marca da nossa equipe, continuamos atuando nos diversos bairros da cidade, orientando e atendendo as reivindicações dos moradores. Eu gostaria de agradecer ao amigo e assessor Ricardo Mussarela que é um grande amigo, ao Fausto filho do deputado Nininho, ele foi muito importante na minha caminhada. Quero agradecer ao meu pai, Antônio Cardoso dos Santos, tem mais de 80 anos e até hoje gosta de se movimentar. Carinhoso e competente e honesto, ele é uma pessoa extraordinária, eu amo meu pai e a minha família. Antes de encerrar quero deixar aqui um recado para os nossos jovens: Menos internet, mais família, quanto mais os pais segurar os seus filhos equilibradamente sem dúvida será bem melhor para a formação da personalidade dos seus filhos.

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