A comercialização antecipada da safra de soja (2010/ 2011) do país ganhou força nesta semana com a recuperação dos preços no exterior.
A cotação do contrato com vencimento em agosto na Bolsa de Chicago, que serve de referência para os negócios no mundo, subiu na quinta-feira (15.07) cerca de 2%, para US$ 10,19 por bushel (27,2 kg de soja). Em julho, a alta acumulada chega a 7,58%.
No mês passado, o preço médio ficou em US$ 9,34, com queda acumulada de 18,45% em 12 meses. Em junho de 2009, a média mensal havia sido de US$ 11,50.
A valorização registrada agora está relacionada ao chamado "prêmio climático" nos Estados Unidos, maior produtor mundial de soja, aponta Luiz Felipe Vilera, operador de commodities da Gradual Investimentos.
"Há previsão de muito calor nas regiões americanas de lavoura, o que pode prejudicar o desenvolvimento da plantação", diz Vilera.
Ainda segundo o analista, o mesmo acontece em países europeus produtores de milho e trigo-como Rússia, Alemanha e França-, o que também ajuda a empurrar o valor da soja para cima. "Cria-se uma sustentação em todo o mercado de grãos", completa.
MOMENTO DE VENDER – A consultoria Céleres destaca que este é o momento de o produtor brasileiro aproveitar para comercializar o que ainda resta da última safra (2009/2010) e vender antecipadamente a próxima. "A tendência é que a alta dure só até novembro, quando a safra nos Estados Unidos já estará sendo colhida", diz Leonardo Menezes, analista de mercado da empresa.
E, segundo ele, a menos que ocorra algum imprevisto climático sério, a safra americana de soja deve ser grande.
"No caso do grão já colhido, quanto mais o produtor segura estoque, mais o preço precisa subir para compensar custos de armazenagem."
Além disso, há a necessidade de capitalização para a compra de insumos para o plantio da próxima safra. A Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso) diz que, no momento, os preços começam a ficar um pouco mais vantajosos. A saca de 60 kg tem saído a US$ 16 no Estado.
"Até uns 10 dias atrás, antes da alta, o custo de produção estava em US$ 15,50 por saca, abaixo do preço pago pela soja no mercado", diz Glauber Silveira, presidente da Aprosoja.
Fonte: APROSOJA