Depois de quase seis anos, a tendência de valorização do real em relação ao dólar sinaliza estar chegando ao fim. A maioria dos economistas aposta nesse cenário por três razões: recuperação global da moeda americana, recuo dos preços das commodities e elevação do déficit em conta corrente do Brasil.
Se estiverem certos, o piso da taxa de câmbio foi atingido em 31 de julho, quando o dólar valia R$ 1,562. É uma queda de quase 61% em comparação com o pico de R$ 3,99 alcançado em 10 de outubro de 2002.
Os especialistas ressaltam que, por ora, não está no radar um tombo da moeda brasileira e muito menos uma crise cambial, como muitas já vividas pelo País. A última delas, em janeiro de 1999, marcou a adoção do regime de câmbio flutuante, que vigora até hoje.
"Já iniciamos um movimento de volta, mas a guinada deve ser leve", afirma o diretor de Análise da Mercatto Gestão de Recursos, Paulo Veiga. "Não enxergo uma valorização do real daqui para frente, mas também não acredito que vá degringolar", diz Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria.
Japão e Europa
O banco de investimentos Barclays Capital, diz o estrategista para América Latina, Paulo Mateus, subiu esta semana a projeção para a moeda americana no fim do ano de R$ 1,55 para R$ 1,68. Para dezembro de 2009, a estimativa é de R$ 1,78.
Dos 11 dias úteis de agosto até agora, a moeda americana ganhou terreno ante a brasileira em dez. Na sexta-feira, fechou cotada por R$ 1,638, alta de 4,86% no mês. A reviravolta deveu-se a fatores interligados, originados no mercado internacional. O primeiro é a piora da perspectiva de crescimento para Japão e União Européia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Agência Estado