Na edição passada debatemos neste mesmo espaço do Folha Regional, a possibilidade de uma união entre os principais caciques da política local em busca de um candidato consensual a prefeito de Rondonópolis. Como conhecedores da política local sabemos de forma clara e evidente que historicamente é raro em municípios médios e grandes o lançamento deste tipo de proposta e em Rondonópolis, pelo grau de politização da população é ainda mais complexo e difícil. A política está na veia do rondonopolitano, o assunto é debatido em bares, restaurantes, padarias, nas ruas e praças da cidade, independente de vivermos ou não um período eleitoral. O eleitor da cidade tem uma leitura muito dura quando se fala em união de grupos, que no passado foram adversários. Um exemplo disso aconteceu nas eleições para Governo do Estado em 1998 , quando Dante Martins de Oliveira, bateu de forma impiedosa Julio Campos, que havia se unido a Carlos Bezerra. Campos e Bezerra, para os mais jovens, eram adversários mortais, eram motivos de brigas nas rodas políticas sem fim. Quem era Campos detestava quem era Bezerra e vice-versa. Os debates entre os grupos eram muito calorosos, e quando os dois se uniram tanto Julio Campos como Carlos Bezerra perderam juntos. A derrota foi tão acachapante que Bezerra perdeu para Antero Paes de Barros, na Vila Operária, a sua maior base eleitoral e depois dessa disputa, apesar de ter se elegido, Bezerra nunca mais teve o mesmo prestigio político de outras épocas e Julio também, tanto é verdade que hoje deixou de lado a política, para cuidar da saúde e dos negócios da família. No entanto, vemos que grupos atuais apesar de adversários, não travam uma batalha tão pesada nos bastidores como era no passado entre os irmãos Campos e o Manda Brasa de Bezerra. Por outro lado, como hoje, são muitos grupos em Rondonópolis e com pensamentos contraditórios na esfera administrativa, dificilmente um único nome vai agregar todos os grupos. Outro fator que pelo bem da democracia é sempre importante dar o eleitor opções de escolha, mesmo que, os nomes colocados não sejam os melhores, mas sem dúvida o eleitor não pode ser privado de escolher entre mais de um candidato. Fora isso, podemos perder a grande magia das eleições municipais que é o debate e a troca de ideias dentro da nossa cidade, um candidato único enfraquece e muito a discussão sobre a nossa cidade
