Uma nova economia no capitalismo

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Refiro-me à Revolução Digital e a chamada economia verde e a indústria limpa.
Se no Século XVIII, a poderosa Inglaterra escrevia mais um capítulo da humanidade com a Revolução Industrial para movimentar a economia e os negócios com base na transformação do minério em ferro para novas máquinas e o uso do vapor, quase 300 anos depois o capitalismo tem que se reinventar novamente para produzir bens, serviços e riquezas com a internet, uma mudança tecnológica que engatinha comercialmente e no mundo dos negócios há cerca de três décadas.
Refiro-me à Revolução Digital nos negócios. E não é só ela, a nova forma de empreender envolve ainda a chamada economia verde e a indústria limpa. Termos caros nos dias de hoje, quando milionários surgem, repentinamente, praticamente invisíveis, sem grandes propriedades, nem tesouros guardados em cofres ou um império de empresas.
Os novos milionários e bilionários estão perto de um comando digital. É como revisar séculos em que nações acumularam dinheiro com matéria-prima e depois o transformava em riquezas, fazendo pessoas enriquecerem em volta do globo. Se o famoso escritor e jornalista norte-americano dos bilionários, Napoleon Hill, vivesse hoje, ele ficaria encantado com tanta informação para escrever.
Como dizia, na lista de inovação e nichos de negócios e empreendimentos da economia podemos incluir ainda a energia fotovoltaica, os carros elétricos e toda a infraestrutura e computação necessária para esses segmentos da atividade econômica existirem. E não falo isso como algo distante e genérico. Essa nova economia está presente aqui em Mato Grosso, bem perto de nós. Isto é, cada vez mais estamos na era da informação e do conhecimento com novos produtos e serviços advindos da Revolução Digital. Vejam quantos aplicativos úteis ao dia a dia das pessoas surgiram na última década! E as casas inteligentes, então!
Vejamos o potencial de energia hidroelétrica no Estado. Devido a tantos rios em Mato Grosso e às novas tecnologias, multiplicaram-se grandes investimentos, como usinas hidrelétricas (UHE) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Bem melhor e de menos impactos ao meio ambiente, como a energia a partir do carvão, predominante na era da supracitada Revolução Industrial.
Outra questão é a "febre" dos últimos três anos da energia fotovoltaica ou energia solar. O ambiente urbano em Cuiabá já tem outra paisagem. São inúmeros prédios comerciais, condomínios e residências particulares com as tais placas solares. Isso só para lembrar uma cidade onde há radiação solar por cerca de 270 dias por ano.
E, para registrar, o eletroposto já é real em Cuiabá com a unidade de abastecimento de carro elétrico na sede da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt). Instituições de fomento, por exemplo, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), têm estimulado o novo negócio de economia fotovoltaica, entre outros.
Desde que o homem descobriu o fogo até os dias de hoje, milhares de negócios ou empreendimentos foram se multiplicando a partir da mente humana, assim como novos materiais, pesquisas científicas, novas tecnologias e a geração da capacidade criativa das pessoas.
É claro que algumas vezes, lamentavelmente, muitas pessoas sofreram com trabalhos pesados e até mesmo vidas foram perdidas para a economia e o capitalismo avançarem. Fato. Digo isto para relembrar o quanto é importante a ciência, a tecnologia e a educação em um país como o Brasil e em um Estado como Mato Grosso.
Todas estas informações mencionadas neste artigo não seriam importantes se não viessem da educação básica, da pesquisa científica e das ciências aplicadas para o conhecimento humano gerar produtos, serviços e riquezas.
Seja lá atrás, na Revolução Industrial, ou na modernidade, com a Revolução Digital, é necessário e urgente autoridades públicas (presidente, governadores, prefeitos e parlamentares), empreendedores e financiadores fazerem uma cruzada a favor da educação e do conhecimento, para libertar mentes e dotá-las de criatividade para terem produção, utilidade social e, por conseguinte, ocupação capaz de destinar emprego e renda a milhões de pessoas que engrossam a lista do desemprego. Sem avanço, tecnologia, inovação e educação, seres humanos de Mato Grosso e do Brasil não terão condições igualitárias para construir uma sociedade livre, próspera e feliz.

Welyda Cristina de Carvalho é advogada, pós-graduada em Direito Processual Civil pela FESMP/MT, fez intercâmbio em Sunshine Coast, na Austrália e atua no direito do agronegócio.