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sábado, novembro 23, 2024

Um problema para nós

Toda e qualquer privatização feita pelo Poder Público deve ser medida e acompanhada, por um simples motivo: a privatização pode até dar lucro para o Executivo, mas não pode em hipótese alguma dar prejuízo para o usuário. Uma empresa que deixou de ser pública e de repente passou a ser privada, precisa no mínimo prestar à sociedade um serviço melhor ou igual do que prestava quando era do Estado. Caso contrário é prejuízo para o usuário que é quem sempre vai pagar a conta. Em Mato Grosso, a privatização das Centrais Elétricas Mato-grossense (Cemat) que hoje é a Energisa é um caso clássico de uma empresa privada que piorou a qualidade de serviço. Para isso, basta ver o que está ocorrendo nos últimos meses aqui em Rondonópolis e possivelmente em outras cidades do Estado. As falhas e o desligamento de energia viraram algo comum na cidade e tem gerado prejuízos à população e ao próprio Poder Público. O Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) é um exemplo claro dessa situação, pois as falhas do sistema de energia danificaram o sistema de água e com isso, uma parte considerável da cidade ficou sem água.

Essa é apenas uma parte do estrago que o serviço da concessionária de energia elétrica tem causado à sociedade. Pois se o serviço realmente fosse bom, com toda a certeza não faltaria energia: e mais as reclamações seriam mínimas e pontuais. Talvez, o mais liberal dos economistas deve reconhecer que, na realidade, a privatização da Cemat, pode ter sido um erro e deve estar pedindo neste momento uma nova estatização da empresa. Parece até piada, mas não é; o estado tem o dever de resolver essa questão, pois foi um problema que ele mesmo criou no passado, ao privatizar uma empresa que funcionava bem e prestava um bom serviço à sociedade. A grande prova disso que até mesmo para o consumidor reclamar do mau serviço prestado há uma grande dificuldade, pois mal se consegue falar com o representante de um setor, sobre um problema banal.

O Sanear, por exemplo, uma empresa estatal municipal que faz a distribuição de água na cidade apresenta uma série de canais eficientes de comunicação. Logicamente que o Sanear tem falhas, mas a diferença é que o cidadão ou usuário sabe onde e de quem cobrar e a reposta geralmente é dada com eficiência. No entanto, no caso da Energisa, dificilmente há resposta de imediato, sempre há uma espera e muita gente é obrigada a conviver com o problema. Talvez a solução, por incrível que pareça, seja realmente reestatizar a Energisa e talvez, o problema esteja resolvido.

Fonte: Da Redação 

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