A situação caótica que vive o transporte coletivo não se pode e não se deve colocar na conta da atual gestão; e sim de um conjunto de fatores que se somaram nos últimos anos que resultou diretamente na situação atual. A situação que já é ruim pode piorar e cidade corre o risco, inclusive, de ficar sem transporte coletivo.
A empresa que presta serviço na cidade opera há mais de quatro anos com contrato vencido e com isso não vê necessidade de se fazer os investimentos necessários para atender a demanda do transporte de passageiros urbanos em Rondonópolis.
Para completar o caos, o município não consegue licitar uma nova empresa, devido à complexidade do edital que foi apresentado e discutido em audiência pública na Câmara de Vereadores. O prefeito Zé Carlos do Pátio tem buscado cumprir a Lei, seguiu um edital como manda o figurino, com a previsão de ônibus com ar-condicionado e frota nova para atender com conforto e segurança, o usuário do transporte coletivo de Rondonópolis.
No entanto, para o mercado, o edital ficou inviável, nenhuma empresa do país, se viu em condições de atender as demandas do transporte coletivo de Rondonópolis e as licitações tornaram-se desertas.
Os motivos do desinteresse de empresas em operar na cidade são muitos, além das exigências do edital. Um deles é a concorrência com outras alternativas de transporte como o táxi, mototaxi e os aplicativos, que em muitos casos conseguem atender o usuário com pontualidade e preços accessíveis.
Fora isso, a renda média do rondonopolitano é alta se comparada a outros municípios com a mesma densidade e tamanho e com isso é comum muita gente não precisar de transporte coletivo ou individual e ter seu próprio carro e motocicleta para ir ao trabalho.
Outro fato é que a cidade é espalhada, o que dificulta para as empresas operarem de forma eficiente e no atendimento de todo o volume de passageiros espalhados pelos quatro cantos de Rondonópolis.
Possivelmente um novo edital, menos complexo, poderá sim , ajudar a resolver o problema, caso haja uma empresa interessada em pegar o transporte coletivo, mas isso não quer dizer que a situação estará resolvida.
Pois um edital mais brando, não quer dizer que investimentos não vão precisar ser feitos; muito pelo contrário. O usuário não vai aceitar uma empresa que não seja pontual e com um mínimo de conforto.
Portanto, trata-se de um problema de difícil solução e mesmo com uma nova empresa operando no mercado, as exigências da população com toda a certeza serão grandes.