Toda e qualquer homenagem a Gilson Lustosa de Lira, o Gilson Lira, será pouca neste momento, a cidade de Rondonópolis, perdeu na última segunda- -feira, um dos seus principais personagens históricos. Gilson era um homem de muitos talentos e todos eles foram revelados pelo tempo, o primeiro talento dele era de jogador de futebol, atacante marcador de gols, raçudo, que não gostava de perder. Quando chegou em Rondonópolis na metade da década de 70, o União era um time pequeno, que ainda estava no começo, mas sob a batuta de Lira, o Colorado, cresceu e se tornou um dos grandes de Mato Grosso, venceu o torneio incentivo em três ocasiões e ainda disputou uma Taça de Prata, que hoje equivaleria a uma Série B do Campeonato Brasileiro. Fora isso, Gilson era um exemplo de atleta, e principalmente de caráter, todos que conviveram com ele neste período dizem que o comportamento era exemplar e de quebra ele fez 199 gols com a camisa do Glorioso de Rondonópolis. Também ajudou a formar jogadores foi técnico dos principais times da cidade, tanto nas categorias de base como no profissional. Depois de pendurar as chuteiras, o jogador se formou em estudos sociais pela UFMT, passou no concurso do Estado e foi trabalhar como professor, lecionou história e língua portuguesa e ajudou na formação de milhares de rondonopolitanos, que hoje são médicos, engenheiros, advogados, jornalistas e por aí vai. O professor Gilson Lira, em pouco tempo, já era diretor da escola Marechal Dutra, uma das mais tradicionais de Mato Grosso. No Dutra trabalhou com pessoas importantes como o vice- -prefeito Ubaldo Tolentino de Barros e o prefeito Zé do Pátio, que foram professores dirigidos por Lira. Mas, os talentos dele não paravam por aí, intelectual dedicou-se à literatura, escreveu diversos livros que foram sucesso e mostrou-se um poeta de extrema qualidade. Gilson foi membro imortal da Academia Rondonopolitana de Letras. Ele ainda atou na imprensa local, sendo narrador e comentarista de jogos no Rádio e na TV e também escrevia para jornais, revistas e sites. Nós do Folha Regional entrevistamos Gilson Lira em diversas oportunidades, uma delas foi em 2014 na coluna Espaço Aberto, onde ele pode contar um pouco da história da sua vida para o leitor e a sociedade de Rondonópolis. No entanto, todos nós, consideramos a partida de Gilson, uma perda irreparável para a cidade e para a história de Rondonópolis, nós só temos a agradecer a ele, o tanto que ele fez para nossa cidade e por todos nós, fica a ele e a família mais essa homenagem. Adeus Gilson.
