A decisão do presidente Jair Bolsonaro, via medida provisória, que tange sobre a publicação de balanços referentes a empresas de capital aberto, serem publicados em jornais de grande circulação. Em suma a medida desobriga os empresários a publicarem esses balanços em impressos como é atualmente.
A medida do presidente vai contra a ampla publicidade destes balanços que poderão ficar reduzidas aos sites (muitos com poucos acessos) e aos Diários Oficias, que tradicionalmente já fazem esse tipo de trabalho, em conjunto com jornais. No Brasil, há empresas que publica nos jornais e para ter mais transparência em veículos oficiais tanto dos municípios como dos estados e da União.
No entanto, é preciso levar em consideração e analisar um outro aspecto, não a medida e sim a forma, em que o anúncio foi feito. Bolsonaro atacou a imprensa ao assinar o decreto, algo desnecessário no momento. O presidente usou e abusou da ironia ao assinar a MP.
Por outro lado, a medida assinada, na semana que passou, de acordo com fontes dos bastidores, tinha apenas um único alvo, atingir um dos jornais que o presidente considera entre os seus adversários, o diário “Valor Econômico” , que é produzido pelo grupo Globo e pela Folha de São Paulo. O Valor, como é chamado, é responsável pela publicação dos grandes editais de balanço de maiores empresas do país e certamente fatura alto com isso.
Se a medida foi para atingir um único veículo, talvez o presidente tenha errado e possa inclusive voltar atrás, algo que para qualquer gestor não é demérito, voltar atrás de um erro, não se pode e não se deve ser motivo de crítica;
Mas, se a medida for para dar mais fôlego econômico para as grandes corporações, também é algo questionável, pelo simples fato que não é um edital de jornal que vai limitar os investimentos de uma corporação como a Petrobrás por exemplo.
Bolsonaro chegou a dizer nos últimos dias, que medida foi motivada por uma proteção às nossas florestas, alegando que os papeis usados em jornais, são produtos de origem vegetal e com a diminuição dos números de publicações, haverá um número maior de árvores preservadas. Claramente, o presidente foi irônico, pois sabe muito bem, que o papel jornal é feito de madeira de reflorestamento.
Talvez, a medida faria sentido apenas para as empresas que vão parar de investir em balanços de jornais e nada mais.
Nós do Folha Regional, não acreditamos que o presidente estaria mal intencionado com a medida ou apenas querendo prejudicar um único grupo de comunicação em detrimento de outros. Nossa tese é que o presidente acha necessária esse MP, diante de tantas outras que devem ser assinadas como para melhorias de saúde, segurança, educação e infraestrutura, que são temas mais importantes e que devem sim, ter a intervenção diretas do presidente.
Como já dissemos acreditamos nas boas intenções de Bolsanaro, mas não podemos deixar de defender a publicidade máxima destes balanços e com certeza dos editais governamentais como licitações e contratações. O governo já sinalizada também uma mudança no rito da publicação oficial, aguardemos e torcemos para a transparência total.