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Professora agradece manifestações de solidariedade e diz que sentiu-se amparada

A professora doutora Priscila de Oliveira Xavier Scudder comentou hoje (27) as manifestações de solidariedade que recebeu ao longo desta semana de diversas entidades, instituições e lideranças de Mato Grosso e do Brasil. Ela disse que se sentiu amparada e mais fortalecida para seguir na luta pelos direitos das mulheres, negros e excluídos.

“Sinto como uma manifestação de fraternidade e a confirmação de que não andamos sós. Que somos muito mais do que aqueles que querem que nos sintamos sem apoio”, afirmou.

Com pós-doutorado em Integração Contemporânea da América Latina e atuando como docente do programa de pós-graduação no departamento de História da Universidade Federal de Rondonópolis, a professora virou destaque na mídia após ser interrompida aos gritos por fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma palestra sobre Direitos Humanos promovida pela subsecção da OAB/Rondonópolis.

A interrupção foi feita por um apoiador do presidente, que ameaçou chamar a polícia para prender a educadora. O episódio foi gravado e reproduzido em sites e redes sociais ligadas aos bolsonaristas. Porém, as manifestações que vieram a seguir mostram que o efeito foi o inverso do desejado por eles.

“Fui amparada. Vi que as vozes daqueles que lutam pelo fim das desigualdades sóciorraciais ainda ecoam. De fato Angela Davis está certa quando diz que quando uma mulher negra se movimenta, ela movimenta as estruturas do mundo”, declarou a professora referindo-se a escritora e ativista norte-americana que revolucionou a luta contra o racismo no mundo.

Priscila Scudder também agradeceu as manifestações e destacou a importância da reportagem publicada pelo Regional MT.

“A reportagem foi o pontapé inicial para que os movimentos sociais negros, partidos e as entidades de trabalhadoras e trabalhadores se mobilizassem na defesa de uma de suas irmãs. Em uma semana em que o genocídio e técnicas de matar usadas pelo Estado racista foram filmadas e defendidas por um sistema-mundo e um governo (brasileiro), assentado na necropolítica, enfrentamos aqui em Rondonópolis, da maneira que podemos, mais uma manifestação racista/machista/de classe e fundamentalista. Muito obrigado a todos e todas”, concluiu.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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