POLÍTICA

Tentando conter crise, Percival adota estilo tolerância zero na busca de trazer cidade para os eixos

Se a coisa não vai lá como todos imaginavam, nem como ele próprio pensava, o prefeito Percival Muniz inegavelmente tem mostrado atitudes com as crises que vêm se instalando em sua gestão. A última delas aconteceu logo no Pronto Atendimento – P.A., local onde Muniz passou a campanha inteira jurando que ia transformar, instalando sobretudo a política de carinho no local. Após um polêmico vídeo que vazou na internet de um cidadão se arrastando sem uma cadeira de rodas no hospital municipal, Percival primeiro chamou a polícia para investigar a veracidade do fato e quando a coisa parecia que ia ficar azeda, tratou de mandar embora sete de uma vez e foi junto até a diretora do P.A.
Recentemente um cidadão dono de um grande lava-jato de caminhões no Distrito Industrial Maria Vetorasso foi preso pela Polícia Militar Ambiental, que foi acionada pelo Município, porque seu estabelecimento estava despejando os resíduos contaminados oriundos das lavagens em locais inapropriados, arrebentando inclusive com a rua por onde passam vários veículos por dia. Agora, parece que por ordem do prefeito acabou a paciência até mesmos com os erros dos ex-gestores. A Procuradoria Geral do Município – PGM anunciou o fim de uma sindicância que apontou o provável desvio de R$ 300 mil, ainda na gestão Ananias Filho (PR), em uma compra de materiais escolares onde o dinheiro foi, mas os produtos nunca chegaram.
A receita do município é um problema. O prefeito socialista pegou a prefeitura com uma inadimplência de quase 50% de IPTU, uma das fontes de recursos próprios mais importantes de uma prefeitura. Em 2013, Percival aumentou a carga tributária sobre os imóveis e agora lança um sistema de fiscalização eletrônica que por mais que seja contestado deve sim estancar duas feridas: a falta de dinheiro em caixa e o endiabrado trânsito de Rondonópolis, que faz a saúde, por exemplo, gastar milhões anualmente com acidentados.
O horizonte da cidade realmente com todas as ações que vem sendo tomadas pelo gestor é de melhora, a pergunta que não sai da boca dos aliados de Percival é: onde está ficando o cuidado com o trato político? O prefeito não só autorizou a elevação do custo do IPTU como agora vai levar os inadimplentes para o cartório de protesto, ou seja, quem estiver atrasado vai ter de pagar suas contas ou então vai para o cadastro negativo do Serasa. O gestor caracterizado pelas grandes obras até 2012 e por ser o prefeito mais festeiro que a cidade já teve, deve sair do atual mandato com o estigma de turrão, inacessível, que ferra o povo e quase que inelegível em uma provável reeleição, se continuar na toada que está.
Aumentar a arrecadação no Brasil nunca foi sinônimo de ser bom prefeito, sobretudo porque isso está relacionado com o bolso do contribuinte. Percival está sim cometendo erros, está menos ‘popular’ que outrora, mas deve ser ‘desculpado’ por ter assumido a prefeitura paralelo a um Governo Estadual dos mais imprudentes de toda a história de Mato Grosso, principalmente em questões essenciais como a saúde. Dos lados do Ministério Público veio a ordem ao Município de tomar de volta terrenos de sindicatos e igrejas. E quanto a obras, que Percival sempre gostou tanto, apresenta-se um abacaxi chamado ‘travessia urbana’, que acabou por fechar as portas de Rondonópolis em Brasília.
Muniz espera como uma criança que espera o pai vir da padaria com um doce, uma sinalização da Secretaria do Tesouro Nacional – STN em cerca de R$ 50 milhões do Governo Federal para asfaltar bairros e comemora o fim das chuvas para tapar os buracos com a apaga fogo Coder. O prefeito de Rondonópolis tenta convencer o povo, e terá dois anos para isso, que para se reformar uma casa tem de quebrar paredes e fazer sujeira. Mas é provável que o tempo seja curto para discurso e resultados se afinarem tão rapidamente e as ações atualmente impopulares tomadas no Paço devem ser apenas motivos de comemoração de um novo gestor, ou quem sabe nem tão novo assim.
Da Redação

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