No último dia 20, alguns estados do Brasil pararam para celebrar o Dia da Consciência Negra, uma data dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
Na verdade a reflexão é válida e nos leva para analisar alguns fatos, o Brasil apesar de ser a segunda maior nação negra do planeta, perdendo apenas para a Nigéria, ainda é um país onde há preconceito, em todas as esferas.
A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695 e contrapõe o 13 de maio, considerado o dia da Libertação dos escravos, em razão da força do mito Zumbi na sociedade brasileira.
A história de Zumbi é considerada uma dos maiores exemplos da luta dos negros brasileiros. Ele foi líder da resistência contra a escravidão no período colonial do país e mais: foi o responsável direto pelo Quilombo dos Palmares; comunidade formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas da região.
Vivemos, hoje, após a história de Zumbi e Libertação dos Escravos, o chamado “racismo maroto”, onde os atos de discriminação existem, mas de forma disfarçada, e começam cedo nas escolas e vão até mais a frente no mercado de trabalho e até mesmo na mídia, onde os negros com algumas exceções, têm apenas papeis secundários.
No mercado de trabalho é onde a diferença realmente aparece de forma clara. Uma pesquisa do IBGE divulgada no ano passado, mostra, por exemplo, uma diferença salarial considerável entre brancos e negros no país. Os trabalhadores negros ganham cerca de R$ 1,2 mil a menos que os brancos em média no país.
As políticas públicas de igualdade racial, até o momento estão sendo ineficazes para resolver ou amenizar o problema. Temos que reconhecer que houve avanços, principalmente no que tange o acesso do negro à educação, principalmente no nível superior com a instituição da política de cotas.
No entanto, é passado o momento das cotas, é preciso criar mecanismos diferentes para garantir que o negro chegue ao ensino superior em condições de igualdade com brancos; e mais é preciso buscar alternativas relacionadas a também ao mercado de trabalho, para que não exista uma diferença tão abismal de salários e garantias.
Por outro lado, os crimes de racismo ainda existem no Brasil, principalmente na forma de injuria racial e ao contrário de que muitos imaginam é comum em todo o país, inclusive em grandes eventos esportivos como estádios de futebol, por exemplo.
A divulgação das punições para quem comete este tipo de crime devem ser ampliadas no intuito de que o número de casos seja reduzido e para que exista em nosso país, mais respeito e harmonia entre brancos, índios, negros e orientais, afinal o Brasil é uma grande miscigenação cultural e racial.