Grupos de WhatsApp têm debates acirrados na cidade

As redes sociais não param de crescer e em todos os setores estão presentes. Hoje a rede social é uma mídia forte onde há investimentos pesados, estudo e diversos interesses em jogo.
Neste contexto, o Facebook, Instagram, Youtube e o Whastapp ganharam força e peso, principalmente com a entrada dos smartphones no mercado, celulares que dão acesso à internet e a rede social, e com isso a rede mundial de informação entrou em um outro patamar com acessos maiores e mais oportunidades de interação, tanto é verdade que o WhatsApp conquistou um grande público nesta década e deu a oportunidade para uma legião de pessoas exporem suas opiniões e , em muitos casos, conversar com autoridades.
O atual presidente Bolsonaro é um dos aficionados pelo WhatsApp e conversava durante a campanha com milhares de pessoas, tanto nos grupos como por meio de reprodução do material de campanha por seus seguidores.
Com apenas um click de envio para um grupo centenas de pessoas eram atingidas pela informação. Em Rondonópolis não é diferente, os chamados grupos de WhatsApp viraram febre e são raras as pessoas que tem Whatsapp e não participa de um grupo tanto da família, como dos negócios ou até mesmo de entretenimento.
O ex-prefeito Percival Muniz, por exemplo, quando estava no comando da prefeitura, utilizava o WhatsApp para fazer reuniões virtuais com a sua equipe de secretários, onde debatia estratégias e também as medidas que pretendia tomar durante o dia. As reuniões virtuais tomavam boa parte da manhã dos secretários, que podiam responder ao prefeito e ao mesmo tempo fazer seus afazeres.
No entanto, a pauta política cresceu tanto no Brasil e em Rondonópolis que virou quase como uma regra nos grupos de Rondonópolis e quando o assunto é debater a cidade, tanto no aspecto político ou econômico que pelo menos uma dezena de grupos aparecem nos smartphones dos rondonopolitanos.
Os mais influentes e que tem chamado à atenção nos últimos meses é o “Baco-Baco”, o outro é o “Giro Político” e ainda o “Olho Vivo”. A popularidade destes três grupos é tamanha que chega a receber mensagens durante as 24 horas do dia.
Os participantes palpitam, escrevem, mandam fotos e vídeos 24 horas por dia e os assuntos são diversos, desde uma notícia polêmica que saiu em um jornal, até um aviso de animal desaparecido ou carro roubado.
Giro de Notícias tem regras rígidas para os debates
O grupo Giro de Notícias, administrado pelo fotógrafo, Macsuel Oliveira, é um dos mais movimentados da cidade, apesar de ser também um dos mais recentes . O Giro, no entanto, se diferencia pelas regras mais rígidas.
Macsuel diz que não aceita o envio de fotos, vídeos, propagandas e notícias fora do contexto do debate e o membro é sumariamente excluído do grupo. “O nosso foco é o debate”, resumiu Macsusel.
Ele explicou que os debates são de temas pertinentes a cidade e ao estado e que conta com professores, médicos, engenheiros, políticos, jornalistas, lideranças de bairro, participando ativamente do grupo. “O grupo tem sido importante também para os nossos políticos saberem o que está acontecendo na cidade, temos sete pré-candidatos a prefeito no nosso grupo”, disse.
O administrador do grupo citou, por exemplo, os debates como a situação do Uber na cidade, educação e Santa Casa como de suma importância. “Mostramos a real situação da Santa Casa para todos, como essa diretoria nova está trabalhando e estamos ajudando a não fechar o hospital”, completou.
Ele explica que muitos dos assuntos no grupo acabam repercutindo na imprensa.
Olho Vivo foi foco dos debates nas eleições de 2016
O Olho Vivo na cidade é um dos grupos de debates mais antigos em funcionamento na cidade. Ele foi criado pelo cinegrafista da TV Rondon de Rondonópolis, Miqueias Messias, como uma espécie de grupo de trabalho no ano de 2015.
Miqueias lembrou que o foco era, no primeiro momento, transformar o grupo em um canal de informação, onde as pessoas colocavam a situação do bairro onde morava ou flagrava um acidente nas ruas da cidade. “A minha intenção era ter informação para buscarmos uma pauta para nossas reportagens”, explicou.
Miquéias lembra que no início o grupo contava apenas com representantes de diversos bairros e colegas de trabalho da TV Rondon. “Não chamava das outras tvs pois estávamos atrás do furo”, disse.
No entanto, no ano de 2016, durante a disputa eleitoral entre Zé do Pátio, Percival Muniz e Rogério Salles, o grupo cresceu e superou o objetivo inicial. “Passou a ser um grupo para discutir política, as pessoas pediam para entrar”, comentou.
Ele explicou que esse momento foi o ápice do grupo e marcado por diversas discussões calorosas; que gerou trabalho e desconforto para a administração do grupo. “Já tive que ir ao Cisc responder questionamentos”.
Miquéias lembra que atualmente o grupo com ele e mais uma pessoa administrando e nas regras internas está a previsão que os comentários são de inteira responsabilidade de quem escreveu.
Baco Baco repercute assuntos também em programa no Facebook
O Baco Baco é um outro grupo que tem público cativo nos debates no whatsapp, o administrador do grupo, Cristóvão Alves dos Santos, explica que o foco é o debate político.
Ele argumenta que além das informações, o grupo ainda tem um programa semanal exibido via Facebook. “O programa não tem pauta e quem faz a pauta são os internautas”, disse.
Cristóvão ainda argumentou que muitas das informações colhidas no grupo acabam indo para a imprensa e divulgadas e sites e jornais. Ele ainda lembra que muitos dos assuntos também terminam no plenário da Câmara e em grandes debates no Poder Legislativo.
Ele também destaca que devido ao grande volume de informações que circula no grupo é preciso muitos administradores. “Temos pelo menos nove pessoas controlando o nosso grupo”, encerrou.