Técnicos identificam caso suspeito de hanseníase no mutirão de atendimento

O mutirão de exames e atendimento realizado pela equipe técnica do Departamento de Ações Programáticas, no domingo (25), resultou na identificação de um caso suspeito de hanseníase, entre as pessoas que compareceram ao Oratório Filhos de Dom Bosco. O enfermeiro Lourenço Ribeiro da Cruz Neto antecipa que o paciente de 56 anos foi encaminhado para tratamento com o hansenólogo (médico com especialidade em hanseníase).
Lourenço Neto explica que se trata de um trabalhador rural que ignorou os sintomas da doença. Durante o atendimento, o enfermeiro foi informado por um irmão do paciente que ele já convivia com os sintomas há cerca de quatro anos e se recusava a procurar os serviços médicos. Outro agravante apontado pelo irmão que o convenceu a comparecer ao mutirão é que trabalha no pantanal e costuma vir à cidade apenas uma vez ao mês.
“Trata-se de um caso suspeito da doença. Encaminhamos ao médico especialista e se for confirmado como hanseníase, já está em estado avançado. Somente a avaliação médica é que vai nos mostrar um diagnóstico preciso. O agravamento nesse caso, é devido ao fato do trabalhador afetado ter deixado de procurar pelo serviço de saúde que é oferecido de graça para toda população. Temos um centro de referência e estamos preparados para atender à comunidade”, comenta.
O enfermeiro acrescenta que o paciente com suspeita da doença é um morador do Parque Universitário que apresenta várias complicações características, como manchas dormentes espalhadas pelo corpo, desabamento da pirâmide nasal, queda de sobrancelhas (perda dos pelos) e lesões nos dedos das mãos (ferimentos). O paciente com suspeitas da doença é uma das cerca de 30 pessoas que compareceram ao mutirão realizado no período das 7 às 17 horas.
Multiplicadores
Lourenço Neto avalia que o principal reflexo do mutirão na comunidade é registrado nas semanas seguintes, devido à conduta de cada paciente atendido levar informações aos familiares, amigos e vizinhos. Com isso, aqueles que deixaram de comparecer ao mutirão e suspeitam de algum sintoma característico procuram as unidades de saúde depois, para fazerem o exame de pele que ajuda a identificar casos de hanseníase.
“As pessoas que participam do mutirão, muitas vezes não apresentam nenhum problema. Mas, quando voltam para casa repassam as informações corretas no meio familiar e na comunidade. Isso leva outras pessoas com qualquer tipo de sintoma a procurarem o serviço de saúde, nas semanas ou meses seguintes. É dessa forma que obtemos o reflexo do mutirão de atendimento”, explica.
O Programa Municipal de Hanseníase da Secretaria de Saúde já programou uma série de 20 mutirões de exames e atendimento que devem acontecer nas regiões da cidade com maior incidência da doença, em 2015. A ação desenvolvida no Oratório Filhos de Dom Bosco, no último domingo, é o primeiro evento dessa série.
Tratamento de graça
O tratamento da hanseníase em Rondonópolis é oferecido nas Unidades Básicas de Saúde e no Centro de Referência da Hanseníase do Serviço de Atendimento Especializado – SAE que funciona no prédio da esquina da Rua Pedro Guimarães com a Avenida Frei Servácio, no Bairro Santa Cruz.