Transgênicos ficarão mais próximos de áreas de preservação

A distância permitida entre o plantio de transgênicos e as unidades de conservação vai ser reduzida. Produtores de milho, soja e algodão geneticamente modificados poderão plantar em áreas mais próximas de parques nacionais, estaduais e municipais. O Canal Rural teve acesso à proposta de mudança que deve ser publicada nesta semana.
Atualmente, o limite de distanciamento entre a produção de transgênicos e as áreas protegidas de mata nativa é de 10 quilômetros. O governo federal questionou essa resolução, que acabou sendo mantida pela justiça.
A distância mínima passará a ser de 500 metros no caso da soja transgênica e de 800 metros para o algodão geneticamente modificado. Já a distância nas lavouras de milho alterado em laboratório será de 1,2 mil metros. A intenção é evitar que uma planta transgênica faça cruzamento com outra convencional.
— Os agricultores ficaram numa situação ilegal. plantaram, mas de repente não podiam nem colher. Agora, aqueles que plantaram vão poder colher tranquilamente a partir do momento em que sair o decreto — disse o deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS).
O especialista em biotecnologia Reginaldo Minaré, no entanto, vê com preocupação o fato de o decreto ter sido elaborado sem que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança fosse ouvida.
Parece que o governo, embora pague a conta do funcionamento da CTNBio, não confia muito no que a CTNBio faz. Então, isso realmente cria uma situação bastante instável, o que não é bom — avalia Minaré.
O presidente da CTNBio, Edílson Paiva, disse que esses limites a serem publicados no decreto poderiam ser até menores. Segundo ele, apenas os Ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário – que têm posição contrária aos transgênicos – foram ouvidos. A previsão é de que o decreto seja publicado nesta semana.
Fonte: Canal Rural (Daniela Castro