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sábado, novembro 23, 2024

Soja 2020/21: SNA mantém estimativa e consultorias fazem novas projeções

Algumas consultorias e instituições do agronegócio divulgaram recentemente novas estimativas para a safra de soja 2020/21.

As revisões ocorrem em um cenário onde as condições climáticas começam a melhorar e as áreas mais atingidas pelas condições climáticas ganham tempo para se recuperar. No entanto, as projeções contrariam as estimativas iniciais de 135 milhões de toneladas.

O vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, manteve sua estimativa para a soja, divulgada em outubro, em 131 milhões de toneladas, e reafirmou que poderá ser registrado um novo recorde.

Segundo ele, o principal fator que impulsiona esse resultado é o aumento da área plantada, que ocorreu em função da alta na demanda, tanto interna quanto externa, e o consequente aumento dos preços.

Com relação ao milho, Sirimarco também manteve a previsão de 103.000 milhões de toneladas, considerando um novo recorde.

O fisiologista e professor Elmas Floss, acredita que as estimativas de safra apresentadas em novembro pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tanto para soja, quanto para milho (134.95 milhões de toneladas e 104.89 milhões de toneladas, respectivamente) são “otimistas demais”. “Eu gostaria de ser otimista, mas a realidade não é essa”, disse.

“Algo próximo a 132 milhões de toneladas, como já estimam algumas instituições privadas, é um número mais factível”, avaliou o especialista. Porém, ele acrescentou que há pessoas, em diversas partes do Brasil, afirmando que “se chegarmos aos 124 milhões de toneladas da safra passada já seria um bom ano. Os próximos 15 dias serão decisivos”.

Terra Agronegócios

A Terra Agronegócios divulgou a sua estimativa revisada nesta segunda-feira para 131.478 milhões de toneladas, na mesma média da projeção divulgada pela SNA.

Deverá haver perdas de produtividade em estados determinantes para a produção nacional, como Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, devido ao clima seco e às chuvas que tardaram a chegar nesta temporada.

“Estes quatro milhões de toneladas farão falta. A China deverá importar 100 milhões de toneladas, algo acima disso, e com esses números confirmados o Brasil deveria exportar entre 84 e 85 milhões de toneladas”, afirma o consultor Ênio Fernandes, da Terra.

“E para março do ano que vem ainda chegará o B13, elevando para 13% a mistura de biodiesel no diesel, ou seja, um amento também na demanda interna. Então, o cenário fica ainda mais cauteloso para os demandadores”.

Pátria Agronegócios

Em sua nova estimativa divulgada nesta semana, a Pátria Agronegócios traz a safra de soja em 129.14 milhões de toneladas. A produtividade média esperada é de 56 sacas por hectare, menor do que a média da safra anterior, porém, com uma área expressivamente maior, de 38.44 milhões de hectares.

A consultoria destacou as dificuldades enfrentadas pelo Sul do Brasil, com as lavouras sofrendo com clima adverso desde o início do plantio, bem como a “melhora da saúde vegetal” de lavouras do médio-norte.

“Desde o início deste ciclo produtivo vem sendo observados problemas climáticos dispersos por todo o país, especialmente no centro-sul. Uma produção de 129.14 milhões de toneladas leva em consideração 4% de aumento de área. Entretanto, há uma leve redução de produtividade, em comparação a 2019/20”, afirmam os diretores da Pátria.

Datagro

Na contramão, a Consultoria Datagro revisou para cima a sua estimativa para a safra 2020/21 de soja de 134.44 para 134.98 milhões de toneladas, com uma área também maior sendo projetada em 38.79 milhões de hectares, contra 38.68 milhões de hectares do levantamento anterior.

“Já tivemos irregularidade na chegada das chuvas na região central, e clima seco dominante em outubro e novembro na região Sul. Mas em função do resfriamento das águas do Atlântico Sul nas últimas semanas, a previsão é de que as chuvas nessa região se normalizem a partir de agora, o que estabilizaria as perdas no milho e recuperaria as condições da soja”, disse o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior.

StoneX

Também para cima, a StoneX revisou o seu número para 133.9 milhões de toneladas, cerca de 400.000 toneladas acima da estimativa anterior. A produtividade média esperada pela consultoria é de 58,2 sacas por hectare. No entanto, a consultoria reafirmou em um relatório divulgado nesta terça-feira, que as condições climáticas do mês de dezembro serão determinantes para o resultado final.

“Essa produção maior foi motivada pelo aumento da área plantada, de 180.000 hectares, em relação a novembro, com o total nacional alcançando 38.3 milhões de hectares. De qualquer forma, o mês de dezembro vai ser determinante para o resultado final. Caso o padrão de chuvas se mostre mais regular e em bons volumes, a perspectiva de uma safra recorde deve se consolidar”, indicou a StoneX.

Agroconsult

Em uma live promovida pela FMC na última quinta-feira, a Agroconsult estimou a safra brasileira de soja em 133.2 milhões de toneladas, deixando claro que revisões para baixo poderiam acontecer.

A consultoria, que nas próximas semanas dá início ao Rally da Safra, afirma que há problemas nos três principais estados produtores – Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, o que deixa o espaço aberto para estas correções nos números a depender da regularização das condições climáticas.

 

Fonte: SNA

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