O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse neste domingo (12) que a situação dos 32 brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza está “momentaneamente resolvida”, mas que a situação do conflito com Israel é “gravíssima”.
Segundo o chanceler, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua “muito envolvido” na solução da questão e é sua intenção voltar a tratar do tema no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
Conforme Vieira, Lula tem falado com chefes de Estado e o objetivo é encontrar uma forma de suspender as hostilidades e a “criação de uma pausa humanitária que possa levar alívio à população civil palestina” que está em Gaza.
As declarações de Mauro Vieira foram feitas em entrevista a jornalistas, no Ministério das Relações Exteriores, para comentar operação de resgate dos 32 brasileiros em Gaza.
O ministro disse que “outros casos que surjam” de brasileiros em Gaza querendo vir ao Brasil “serão tratados a partir de agora”.
O grupo de brasileiros foi autorizado a deixar o local neste domingo (12). Conforme Vieira, a repatriação envolveu “constantes contatos telefônicos” com autoridades de Israel, Egito e da Palestina.
Eles deixaram Gaza pela passagem de Rafah, no sul da Faixa, na fronteira com o Egito. No momento, estão a caminho do Cairo, capital do Egito, em uma viagem de cerca de seis horas de duração, por terra. De lá, embarcarão no avião cedido pela presidência da República na segunda-feira (13).
Ao chegar ao Brasil, eles receberão atendimentos do governo federal. Eles poderão ficar em um abrigo até que definam para onde vão. Conforme Vieira, Lula comunicou que tem intenção de receber os brasileiros, quando desembarcarem em Brasília, na noite de segunda (13).
Familiares dos repatriados que morem no Brasil serão contatados para receber seus parentes. Há a possibilidade de que famílias palestinas no país possam receber parte deles, disse o ministro.
Mauro Vieira também citou providências de acolhimento do Ministério do Desenvolvimento Social, como emissão de documentos, permissão para trabalho, acesso ao SUS (Sistema Único de Saúde), e a rede de apoio social para refugiados.
A liberação dos brasileiros de Gaza se deu depois de sete listas de estrangeiros autorizados a deixar o local. O fluxo começou no início de novembro.
Para Vieira, outros países também foram afetados pela dinâmica no local da fronteira. “Havia uma lista de países que estavam prontos esperando para a partida, alguns tinha 500 ou 600 nacionais. Nossa lista era bem menor e, na medida em que foram recebidos, entraram na ordem de prioridade que foi seguida e foi atendida”, afirmou.
“Foi dentro do negociado e acordado com os lados envolvidos”.
Fonte: CNN Brasil