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sábado, novembro 23, 2024

Sinuca de bico

A necessidade da valorização do servidor público em todas as esferas é dever dos nossos governantes, pois sabemos que o servidor valorizado o cidadão acaba por consequência sendo bem atendido e ao mesmo tempo observando um bom serviço prestado. No fim, o bom serviço prestado é sem dúvida o melhor caminho para que o cidadão passe a acreditar no município, estado e país e passe a reconhecer que o dinheiro dos nossos impostos está indo para o caminho certo.
No entanto, analisar o quanto vale o trabalho de um servidor público é muito complexo para o cidadão que paga os impostos e para os gestores que são obrigados a prestar contas do que faz com o dinheiro público.
O governador Pedro Taques vive uma verdadeira sinuca de bico com relação aos servidores do Estado. O motivo chama-se Reajuste Geral Anual, hoje conhecido como RGA, de um lado há uma pressão que o governador conceda o repasse da inflação, e por outro, o próprio Taques reclamou que esse repasse pode comprometer as contas do Estado, sob o risco de cortar investimentos e principalmente não conseguir honrar a folha de pagamento, que nos dias atuais é o mínimo que cada gestor pode garantir ou fazer.
Porém é preciso refletir que há uma parcela do servidor público que ganha acima da média do mercado e que neste momento, mesmo um repasse da inflação, poderia ser considerado um desrespeito ao trabalhador que paga os seus impostos. A casta dos servidores que ganham muito deve repensar nesta cobrança do Estado, sob o risco da sociedade se revoltar contra esse grupo, pois em tempos de crise, cada um sabe muito bem onde o calo aperta.
Mas não podemos ser injustos, há sim categorias que ganham pouco e que necessitam do repasse da inflação para não perder de forma alguma o poder de compra. Uma dessas categorias está na educação, os nossos professores precisam e devem ser valorizados. Trata-se de uma categoria que na maioria das vezes acabam sendo injustiçadas e que precisam sim, ganhar mais e ter mais condições de trabalho.
Ao lado dos professores está também as nossas policias (civil e militar) e o Corpo de Bombeiros, entre outras categorias que são desvalorizadas sistematicamente pelos governos. O problema é que a atual legislação meio que dificulta o repasse escalonado para esta ou aquela categoria, pois fere o principio da isonomia.
O governador e a sua equipe econômica e jurídica vão ter buscar uma solução salomônica, onde não crie supersalarios para os que ganham muito e ao mesmo tempo não pode deixar que a defasagem prejudicasse os que ganham pouco e ainda vai precisar rever as metas fiscais e ainda não diminuir os investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
Saída para tudo isso há, mas sem duvida, será preciso muito estudo e principalmente habilidade política para a condução desse processo que está, pelo visto, ainda no começo.
Lucas Perrone

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