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sábado, novembro 23, 2024

Sinal dos tempos

A política no sentido literal da palavra marcou o Carnaval de 2019, em todos os sentidos, da Bahia ao Rio de Janeiro. A começar pelo carnaval baiano, onde Daniela Mercury e Caetano Veloso lideraram uma espécie de axé protesto, mandando um recado ao presidente Jair Bolsonaro. A dupla da Bahia dizia que o carnaval estaria ameaçado, nas entrelinhas, diante do novo governo, que assumiu em janeiro deste ano.
O presidente Jair Bolsonaro, respondeu também, em forma de marchinha, explicando que não é contra a Festa de Momo e sim que não estaria concordando com o uso de dinheiro público para incentivar a folia. Bolsonaro foi além e criticou a Lei Roaunet, em uma marchinha divulgada em suas redes sociais.
Daniela Mercury fez a tréplica, alegou que se utilizou poucas vezes de recursos públicos e da Lei Roaunet, que segundo a cantora está mal explicada e que o Carnaval fomenta a economia, citando de Salvador.
Mas, a polêmica não parou por ai. O presidente publicou em uma rede social um vídeo que mostra cenas chocantes de duas pessoas no carnaval de rua em São Paulo. O vídeo chegou e houve críticas ao presidente pela postagem. Bolsonaro, por outro lado, respondeu que na realidade a crítica não era ao carnaval e sim ao comportamento de algumas pessoas durante a festa.
Na verdade, por um lado, o presidente está certo, o Carnaval não pode ser uma festa liberal onde vale tudo e não há respeito com a família, mas a publicação deste tipo de ato em rede social também não deixa de ser algo de mau gosto e desrespeitoso.
Polêmicas a parte, nem os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, não deixaram de lado a política. A vencedora do carnaval carioca, a Mangueira, lembrou, por exemplo, a morte da vereadora e ativista do Rio de Janeiro, Mariele Franco.
A impressão que se tem que o carnaval alegre e irreverente das marchinhas do passado, onde não havia critica política e sim brincadeiras com o dia-a-dia do brasileiro, virou realmente coisa das antigas e que não volta mais.
O carnaval agora é do discurso, da troca de acusações, entre esquerda e direita, e festa que sempre foi marcada pela brincadeira e diversão ficou sisuda, séria e nervosa, um claro sinal dos tempos, onde mostra que em todos os sentidos o brasileiro está mais criterioso em tudo o que fez, inclusive na hora de festejar. Sinal dos tempos.

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