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domingo, novembro 24, 2024

Simeão Santana Alves – De vendedor lojista a empresário bem sucedido no setor Imobiliário

Natural da cidade de Frutal no Estado de Minas Gerais, seus pais Gerônimo Alves de Almeida e Maria Egídia, tinham uma propriedade chamada Fazenda das Pedras, no distrito de Aparecida de Minas, lá eles plantavam praticamente de tudo. Vamos conhecer um pouco mais da trajetória de vida deste mineiro que prestou muitos serviços à sociedade rondonopolitana.
Jornal Folha Regional: Qual a maior recordação do seu tempo de infância?
Simeão: A vida na roça é muito rica, e cedo eu e meus irmãos Maria Aparecida, Elvira, Antônio, Ione, Ivone, Saturnino e o saudoso José, aprendemos dar valor ao trabalho, e os meus sempre nos ensinaram os princípios da humildade e honestidade.
JFR: Como era a sobrevivência da família naquela ocasião?
Simeão: Nós plantávamos de tudo, arroz, feijão, mandioca, tínhamos porcos e meu pai vendia para o sustento da família. Naquele período nós residíamos em Aparecida de Minas. Com 15 anos de idade, meus pais resolveram mudar de vez para a cidade de Frutal, onde havia mais opções para que todos nós estudássemos.
JFR: Com a mudança para Frutal, senhor logo começou a trabalhar como foi esse período?
Simeão: Em Frutal eu tirei o diploma do 4º. e do 5º. no. Naquele tempo tinha um curso intermediário o chamado Madureza. Eu comecei a trabalhar num armazém, posteriormente entrei como vendedor nas Lojas Riachuelo, e fui seguindo a carreira de vendedor de loja..
JFR: As mudanças logo cedo fizeram parte da sua vida, o senhor se deu bem em Campina Verde?
Simeão: A mudança continuou ainda no Estado de Minas Gerais, em Campina Verde eu comecei a trabalhar nas Casas Pernambucanas, e tive uma boa experiência no setor de vendas. E pelo meu êxito no trabalho me casei no dia 20 de Setembro de 1959 aos 21 anos de idade com Hilda Pinto Santana. A cerimônia ocorreu na cidade de Frutal na Paróquia Nsa. do Carmo, temos três filhos Nilo, Marcos e Leonardo.
JFR: Qual o motivo da sua vinda para Mato Grosso?
Simeão: Eu trabalhava na Casa do Lavrador , e os proprietários queriam abrir uma filial em Rondonópolis, e assim vim para esta cidade com a minha família inaugurei aqui a Casa do Lavrador. A empresa passou tempo depois para outros proprietários a passou a se chamar Sotril. Posteriormente eu comecei a dar apoio para a venda de bebidas Skol que se instava em Rondonópolis onde passei uma curta temporada. Posteriormente fui trabalhar na empresa Rondolândia, uma concessionária Wolks, que hoje é a Carolina Veículos. Trabalhei também na Massey Fergusson, na qual eu era um dos vendedores de máquinas e implementos agrícolas. Na sequência fui trabalhar na SOMAI também com revenda de tratores, posteriormente abri uma outra revenda de trator a Rondomaq Massey Fergusson. Posteriormente abri a Xavante Tratores onde nós vendíamos tratores Ford e colheitadeiras SLC, e Retifica Motorforte do Almir Donato.
JFR: Como se deu a sua nova mudança para a capital Cuiabá?
Simeão: Eu fui convidado pela Grecovel para vender tratores na capital, la eu fiquei por um curto período, ainda na capital peguei a Cuiabá Diesel Venda de Caminhões. Depois de 10 anos construí a filial da Cuiabá Diesel em Rondonópolis.
JFR: Nas décadas de 1970 e 1980 muitas mudanças ocorreram novamente em sua vida, fale um pouco sobre esse período:
Simeão: Quando o saudoso J. Barreto foi candidato a prefeito, e fui candidato a vereador, sempre tivemos uma estreita amizade entre família. Com a eleição de Barreto ele me convidou para assumir uma Secretaria e eu acabei assumindo a Secretaria de Ação Comunitária, fui Secretário Chefe de Gabinete e Coordenador de Administração. Foram momentos de grande aprendizagem na política, onde eu senti a grandiosidade, e a responsabilidade de quem está num cargo de confiança.
JFR: Após a experiência política o senhor retornou novamente para o setor de vendas?
Simeão: Eu assumi a representação da empresa Rodobéns Consórcio, onde vendemos consórcio de motos, caminhões, atuamos também com imóveis. Nós colaboramos no lançamento de dois prédios que tecnicamente nós chamamos de plantas. Somos parceiros na venda dos condomínios a exemplo do Condomínio Terra Nova. Atualmente estamos na parceria da venda do Green Club Residence, as vendas se aqueceram e foram vendidos cerca de 70% dos 250 apartamentos juntamente com outras imobiliárias.
JFR: Como o senhor define hoje a empresa Simeão?
Simeão: A Simeão a partir de 1978 é originária de um grande grupo, o grupo Verdi passou a ser Rodobens , e eu me transformei no representante de vendas do Consórcio, em parceria nos lançamentos de venda dos produtos da Rodobens Negócios Imobiliários. Os meus filhos também tem uma ação empresarial, o Nilo está na revenda Toyota, o Leonardo na Mercedes e o Marcos trabalha conosco como corretor.
JFR: O senhor acreditava na explosão desenvolvimentista de Rondonópolis?
Simeão: Em 1975 nós começamos a fazer uma pesquisa que envolvia no descobrimento das variedades de soja e do algodão para a nossa região. Naquele período não havia ainda lavouras mecanizadas, mas começou a haver um tímido avanço tecnológico que logo foi se sobressaindo. De 4 em 4 anos nós tínhamos avanços consideráveis onde se produzia 30/40 sacos por hectare passou a produzir praticamente o dobro. Temos que ressaltar a presença das empresas de pesquisa, o incentivo dos sindicatos rurais do Estado de Mato Grosso em todas as suas regiões. A partir dessa pesquisa nos percebemos que Rondonópolis estava fadada a ser uma grande potência no agronegócio, indústria e comércio do Estado de Mato Grosso.
JFR: Para encerrarmos esta entrevista, desde já agradecemos pela sua valiosa atenção, faço as duas últimas indagações: Diante desse plano politico e econômico atual, o senhor acredita que o Brasil tem jeito, e a quem o senhor gostaria de agradecer?
Simeão: O Brasil tem que se organizar, precisa de uma política séria estamos desacreditados no mundo todo, os homens não podem falir moralmente desse jeito. É preciso melhorar o Brasil é muito rico e tem de tudo para que o nosso povo seja feliz.
Quanto a questão do agradecimento, eu gostaria de citar aqui a saudosa memória Do Bipo D. Osório Stoffel, que me confiou a missão de ajudar a igreja, sobretudo os casais, fiz um número incontável de casamentos nesta cidade, me dediquei muito tempo a igreja católica: fiz o Cursilho, ajudei no A.A., no Movimento Familiar Cristão, fiz curso de teologia. Incentivei a criação da carreata de São Cristovão, onde ajudei naquela comunidade o padre José. Agradeço as minha esposa Ilda Santana que nas horas mais difíceis sempre socorreu a família, inclusive fazendo rosquinhas para vender, momento em que todos nós saiamos as ruas para vender. Sou eternamente grato a ela pelo amor e pelo carinho que sempre teve por todos nós.

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