Nesta semana, a entrevista da coluna Espaço Aberto é com o cabelereiro e proprietário de salão de beleza, Silvânio Vito. Profissional na área há mais de 25 anos, Silvânio falou sobre o inicio da carreira e os desafios enfrentados, além das tendências no mundo da beleza. O cabeleireiro revelou que a vaidade masculina está em alta e que os maior número de atendimentos do salão são destinados a este público.
PERFIL
Nome: Silvânio Vito; Idade: 44 anos; Natural de Pedro Gomes (MS) Chegou a Rondonópolis por volta de 1973, com um ano. Casado, dois filhos e um neto.
1. Você sempre quis ser cabeleireiro? Não. O meu ocorreu por acaso, eu fui levar a minha irmã e uma amiga para fazer o curso na antiga escola Mulher Maravilha que ficava próximo a Praça dos Carreiros. Foi onde decidi fazer curso e quando estava no 9º mês, abri o meu salão, percebi que tinha o dom para área. Quando comecei meu salão tinha apenas uma cadeira, era aqui mesmo no bairro Cascalhinho, um dos primeiros da região.
2. Como foi o início?Na época em que comecei era muito difícil o acesso às ferramentas, materiais na área da beleza, foi uma dificuldade muito grande, quase não tinha condições. Era assim, 50% dos clientes eram homens, demorou um ano para eu ter uma clientela fixa.
3. Como são os horários e dias de trabalho? Você trabalha também aos finais de semana? Eu trabalho de terça-feira a sábado, antes, eu trabalhava também nas segundas, mas em virtude da profissão tive problemas de coluna e por isso me reservei dois dias de descanso. O nosso salão está aberto das 8h às 11h e das 13h às 19h30 durante a semana. No sábado que é o dia mais movimentado abrimos das 8h às 20h sem intervalo.
4. Demorou adequar o salão ao perfil que é hoje?
Em 2005 abrimos o salão no local onde ele funciona atualmente na Rua Ponce de Arruda, no bairro Cascalhinho. No perfil que eu queria, ele está agora, a cerca de três meses, assim que descobri o crescimento maior da classe masculina. Temos concentrado nesta área, em razão, do interesse da beleza masculina. Hoje, 80% dos meus atendimentos são para esta categoria, inverteu esta procura em relação às mulheres. Então, passamos a contar com tratamentos completos, depilação masculina, tintura, corte, designer de sobrancelhas, manicure e barbearia.
5. O salão então passou a focar mais na categoria masculina?
Nós trabalhamos com os dois, masculino e feminino, mas hoje, a maioria dos salões já está adequando o espaço para os homens, em razão, do aumento na procura. O nosso ambiente passou a contar com acessórios masculinos, bebidas, decoração, estamos investindo muito em designer de barba, barbaterapia, entre outros serviços.
6. Barba ou cabelo? Quem é o carro-chefe quando se trata da beleza masculina?A barba, hoje ela ganha do cabelo, e também, o designer de sobrancelha. Acho que os homens passaram a se interessar mais com a vaidade, questão de higiene, quiseram adquirir uma aparência de responsabilidade. A barba de lenhador mesmo, agora que tem ganhado ainda mais adeptos, outra bastante procurada é a cerrada.
7. Em relação ao corte masculino?O preferido hoje é o corte degradê.
8. Beleza e autoestima andam juntas? Com certeza, a questão da beleza promove a autoestima no cliente. O homem, por exemplo, está mais vaidoso querendo andar na linhagem masculina, até para o bem-estar dele, procura a praticidade e na questão de andar bem trajado ou para ter uma aparência mais viril.
9. O que não pode faltar em um profissional da beleza?Ética, autoestima e ter um conhecimento sobre visagismo, que é uma técnica que te da noção daquilo que ficará bem no cliente.
10. Ser cabeleireiro permite um contato com diferentes pessoas, como é esse contato, dá para conhecer um pouco a história deles? Sim, costumo dizer que meus clientes são meus amigos, uma família do salão. Muitos procuram o salão e no momento que estão aqui aproveitam para desabafar, para tirar um pouco o estresse. No inicio do ano que vem, por exemplo, estarei fazendo um curso de visagem e hipnose. A hipnose ela ajuda ao profissional a tirar a pessoa do foco que está e busca mais autoconhecimento de psicologia."