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sábado, novembro 23, 2024

Seria o fim da reeleição municipal?

O cidadão que abre atualmente os cadernos de política dos principais jornais brasileiros, sejam eles de capitais ou mesmo os tradicionais do interior, se depara prefeitos com a corda no pescoço devido a um mau momento financeiro de suas administrações. Após dois anos de mandato, são poucos os chefes de executivo municipal de qualquer cidade do estado de Mato Grosso que já têm boas coisas para contar do atual mandado, vislumbrando uma possível reeleição. Vamos tomar como exemplo duas das maiores cidades do estado: a capital Cuiabá e a pujante Rondonópolis. Nem Mauro Mendes (PSB) e sequer o reconhecido gestor habilidoso de outras épocas, Percival Muniz (PPS), conseguiram fazer a banda tocar no ritmo que eles próprios queriam e que a grande massa tinha certeza que assim fariam. A máquina travada tem gerado a decepção generalizada, mas a culpa afinal é de quem? O prefeito Percival Muniz, que conseguiu desenvolver em sua primeira passagem pelo Paço Municipal um mandato e meio (98 a 2004) marcado por grandes obras e ações que ficaram para a história da cidade, desta vez pouco fez para merecer real destaque, a não ser a solução para a falta constante de água que convivia a população dos bairros com a perfuração de quatro grandes poços artesianos. Ocorre que o simples ato de furar um poço, em outras épocas de Percival, não seria nada mais do que rotineiro, mas no atual momento ganha destaque em uma gestão, até aqui, ‘amarrada’, nas palavras do próprio ‘barba’. A justificativa para tudo isto, Percival deu a nós do Folha Regional, sinalizando que continua o mesmo de outrora, mas que teve de consertar uma ‘bagaceira’, segundo sua afirmação, que era o estado administrativo da prefeitura pós gestão Zé Carlos do Pátio (SDD) e Ananias Filho (PR), além de se deparar com um verdadeiro engessamento da máquina pública, implantado por Ministério Público, Tribunal de Contas e outros órgãos. Assim como Percival já procedeu, Mauro Mendes teve de tomar diversas medidas impopulares em sua gestão e aproxima-se de uma de suas piores crises atualmente. O prefeito da capital, que assim como os outros chefes de executivos municipais vê o Governo Federal e Estadual ficarem com mais de 80% da arrecadação e suas obrigações, no entanto, aumentarem, procederá com as chamadas ‘medidas impopulares’ e mandará para a rua diversos servidores, muitos deles indicados por partidos e vereadores, remanejará e reduzirá o salário de muitos outros, cortará gastos, extinguirá secretarias e vai exigir uma queda drástica no valor das contas de telefone e de energia elétrica das repartições públicas ligadas à prefeitura. Mauro simplesmente está conduzindo a prefeitura da maneira que todos nós deveríamos conduzir nossas finanças pessoais: cortando o excesso onde dá e priorizando, até porque administrar é o ato de ‘saber estabelecer prioridades’. Mas e como ficará a relação do prefeito de Cuiabá com os servidores mandados embora e suas famílias? E quanto aos políticos que os indicaram? O arroxo financeiro vivido pelos prefeitos do Brasil tem sido um prato cheio para a oposição, que de fora já está reunindo todo o desgaste obrigatório da situação, em virtude do caixa vazio, e montando ricos discursos. Estar no poder, que em outros tempos era sinônimo de grandes chances de reeleição, na atual conjuntura tem se tornado um desafio e crescido as chances dos que vêm de fora no próximo pleito. Em meio a uma das quentes reuniões já feitas pelo prefeito Percival Muniz em seu atual mandato, para tratar de temas polêmicos referentes a cortes e outras deliberações legais de prejuízo a sua imagem, mas que tem de cumprir, como, por exemplo, a retomada de áreas públicas cedidas a associações e até igrejas, Percival já foi claro ao dizer que entre perder votos e correr o risco de responder por improbidade administrativa ele não hesitará em ficar com o primeiro prejuízo. Para o futuro, o que se espera é um cenário modificado que terá ou um novo entendimento da população, de que a instabilidade econômica do país e mundial forçará os prefeitos a terem que ‘cortar da própria carne’, reconhecendo a coragem dos gestores, ou de fato a reeleição vai ser artigo raro nas prateleiras da história política de cada município a partir dos próximos capítulos.

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