A secretária de Educação do Município Ana Carla Muniz apresentou hoje (25) durante a 1ª Conferência Municipal sobre os Indicadores da Qualidade da Educação Básica o resultado de duas avaliações feitas com alunos da rede: a Provinha Brasil e o Sistema de Avaliação da Educação Municipal, o SAEM externo, avaliação aplicada pela Secretaria aos alunos do final de Ciclo de aprendizagem. O resultado considerado baixo alertou a rede para uma reflexão de reforçar o ensino e repensar as práticas adotadas pelas escolas. O evento aconteceu durante todo o dia no auditório da Escola “Sagrado Coração de Jesus” e contou também com a presença da professora doutora Marta Maria Pontin Darsie que discorreu sobre reflexões a respeito dos indicadores.
O estudo foi realizado pela Divisão de Avaliação e Monitoramento de Indicadores da Secretaria Municipal de Educação e avaliou inúmeras habilidades nas disciplinas de português, matemática e ciências. Todos os dados podem ser acessados no blog da Formação Continuada da Semed no endereço: http://semeddivisaodeformacao.blogspot.com.br/p/download.html. A proposta é que profissionais que atuam nas escolas, integrantes do conselho escolar, comunidade e sociedade acessem os dados e participem das reflexões acerca do que pode ser feito para melhorar o ensino nas escolas. Os dados podem ser acessados pela média da rede, por escola e por turma, por habilidade analisada.
Para a secretária Ana Carla, há muito a ser melhorado no processo de ensino que pode impactar na melhoria dos indicadores de qualidade. “Estamos apresentando o resultado de um trabalho sério e transparente para que todos reflitam sobre a sua realidade e o que está acontecendo na rede e contribuam para a melhoria do ensino nas escolas. Não estamos acusando ninguém, mas queremos despertar o desejo de mudança. Há um consenso de que podemos ser referência estadual em educação de boa qualidade. E queremos trabalhar para conquistar este lugar e sabemos que isso é possível”, destacou.
Como proposta para o início de um caminho a ser trilhado, a secretária propôs um pacto em que a administração, Prefeitura e Secretaria farão o possível para melhorar a infraestrutura das escolas e as escolas com a equipe pedagógica farão tudo o que for possível para melhorar os indicadores de qualidade de ensino. “A nossa meta e ampliar em 10% a rede municipal de educação por ano e abrir vagas ofertando ensino de qualidade”, assegurou lembrando que a rede cresceu 0,55% de 2012 para 2013 e 12,5% de 2013 para 2014.
Segundo ela, os indicadores são instrumentos preciosos de reflexão para inovar em didática e metodologia de ensino nas escolas e o momento é de estudo e busca. Ela também destacou que os indicadores vão nortear o trabalho da equipe de formação continuada para inclusão de cursos e capacitações que ajudarão na superação das dificuldades e também irão direcionar o trabalho realizado pelas mediadoras nas escolas.
A palestrante do evento, Marta Darsie lembrou que o impacto gerado pelos dados é saudável porque é hora do professor e da escola pensarem sobre o ensino que estão ofertando e também hora da sociedade responsabilizar os profissionais pela qualidade da educação. “Não queremos só melhoria nas estatísticas, queremos melhoria na aprendizagem”.
Integrante do Projeto Observatório da Educação, ela discorreu sobre possíveis interferências que podem ter ocorrido durante as provas, entre elas, a falta de costume dos alunos com enunciados muito elaborados, distorção entre o que vivem na prática e o mesmo conteúdo teorizado, não adaptação com a linguagem usada nas provas e propôs que as escolas estudem as provas, estudem as habilidades e observem a linguagem e os enunciados fazendo exercícios com os alunos de forma semelhante, inclusive com simulados ao longo do ano.
Ela destacou que nestas avaliações está sendo mensurado apenas o rendimento dos alunos e não a aprendizagem como um todo. Temos que entender que o processo de aprendizagem não pode ser mensurado numa prova, porque é complexo e não depende somente de treinamento e da aprendizagem de conceitos.
