O término das janelas partidárias neste início de abril revelou uma nova dinâmica na disputa pelas cadeiras na Câmara de Vereadores. Os principais líderes partidários enfrentaram dificuldades na formação de coligações e na composição das chapas, buscando atrair novas lideranças ou mesmo resgatar líderes antigos interessados em concorrer às vagas na Câmara de Vereadores de Rondonópolis.
O que estamos testemunhando é claramente uma mudança no perfil da população, especialmente entre aqueles mais envolvidos nas campanhas, revelando uma notória falta de interesse pela política. No passado, era comum uma proliferação de candidatos a vereador, e quase sempre havia mais candidatos do que vagas disponíveis nas chapas, tornando-se uma espécie de filtro natural para a disputa.
Os candidatos precisavam, primeiramente, passar pela escolha nas convenções partidárias para, em seguida, serem eleitos pelo povo. As convenções desempenhavam, assim, um papel de filtro importante.
Hoje em dia, a situação é diferente. Embora as convenções ainda existam, elas geralmente contam com vagas sobrando, tornando-se meros eventos de formalização dos candidatos já escolhidos previamente. Na conjuntura atual, observa-se ainda uma grande disputa pelas eleições para vereador, afinal, conquistar uma das 21 vagas na Câmara de Vereadores não é tarefa fácil. No entanto, é evidente que a competição por vaga deve diminuir devido à redução no número de interessados na disputa.
Há diversos motivos para essa nova dinâmica. Um deles é o alto custo de uma campanha eleitoral para vereador, o que exige recursos financeiros antes mesmo de alguém se lançar como candidato. É sabido que nada é gratuito, e cada candidato compreende que, além de dinheiro, uma eleição para vereador demanda tempo. É necessário abrir mão de compromissos profissionais para se dedicar às ruas, participar de eventos de campanha e muito mais.
Outro aspecto evidente é a ausência de formação de novas lideranças pelos grupos políticos. Sem novos líderes, o processo fica estagnado, e os líderes antigos acabam sendo compelidos a permanecer no jogo político.
Percebemos até mesmo nos bairros e associações, onde muitas lideranças surgiram do movimento comunitário, uma falta de vontade em entrar na disputa. Bairros que outrora eram celeiros de liderança hoje não contam com tantos interessados em colocar seus nomes à avaliação popular.
Fonte: Da Redação