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sábado, novembro 23, 2024

Sem margem de erro

Finalmente, o Transporte Coletivo passou totalmente para as mãos do poder público em Rondonópolis. O último passo para concretizar essa ideia ocorreu nesta semana, quando a Autarquia Municipal do Transporte Coletivo assumiu os dois últimos passivos que eram responsabilidade da empresa Cidade de Pedra: a bilhetagem eletrônica e os motoristas.
Essa mudança, como era de se esperar, gerou desconforto e ainda pode gerar mais, principalmente entre os motoristas vinculados à Cidade de Pedra. O cerne do problema reside no fato de que os trabalhadores não concordaram com a mudança do regime de trabalho. Agora vinculados à autarquia, a única forma de contratação é via cooperativa, algo que não agrada aos motoristas, pois entendem que perderiam direitos trabalhistas.
Entretanto, é importante esclarecer que esse impasse deve ser resolvido. O que queremos destacar aqui é que a Autarquia é um empreendimento público que precisa dar certo, sob o risco de representar um prejuízo enorme para os trabalhadores.
A razão é simples: ela não foi criada por um desejo político do prefeito Zé Carlos do Pátio, mas sim por uma necessidade clara. Não há, no Brasil, uma empresa privada do setor interessada em gerir o transporte coletivo em Rondonópolis. Isso se dá pela falta de margem de lucro, considerando os altos gastos, a baixa cobrança proporcional ao investimento e a presença significativa de gratuidades, oferecendo pouco retorno financeiro para quem está na gestão do sistema.
Além disso, a cultura do uso do ônibus como meio de locomoção ainda é incipiente na cidade. O transporte coletivo enfrenta concorrência direta com mototáxis e transporte via aplicativo, que oferecem preços acessíveis, pontualidade e conforto, características que, até o momento, os ônibus municipais não conseguem oferecer de maneira competitiva.
Apesar dos novos ônibus da autarquia contarem com ar-condicionado e internet própria, ainda falham na pontualidade e na oferta insuficiente de linhas para atender toda a cidade.
No entanto, voltando ao tema principal, está evidente que apenas o município tem condições de assumir essa questão. É necessário evoluir em todos os aspectos do transporte coletivo, criando a confiança nas pessoas para utilizá-lo. Até então, para quem tem uma alternativa de transporte em casa ou na rua, o ônibus não é considerado uma opção.
Esse é o conceito que precisa mudar. O ônibus deve ser a primeira alternativa de transporte para as pessoas, não a última. Mas para isso acontecer, ainda há muito a ser feito. Trata-se de uma luta no início, mas que não tem o direito de dar errado.
 

Fonte: Da Redação 

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