Sem armazenagem, produtores de MT chegam a perder mais de R$ 5 bilhões

Mato Grosso produziu aproximadamente 31,2 milhões de toneladas de soja e 30,4 de milho durante a safra 2016/2017. Os dados revelados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) são excelentes quando vistos pelo prisma do cultivo, mas desesperadores se considerados sob olhar da estrutura logística. Se armazenada de forma adequada e transportada no momento certo, a última produção de soja e milho no estado poderia ter rendido cerca de R$ 5,1 bilhões a mais aos produtores.
Os números obedecem a lógica da matemática. A Associação dos Produtores de Soja e Milho em Mato Grosso (Aprosoja) aponta perdas de R$ 5,01 por saca causadas diretamente pela falta de armazenagem e processamento dos grãos.
Para amenizar este impacto, uma das soluções é ter o sistema que permite armazenar a produção dentro da fazenda. Justamente o que propõe o projeto + Safra, da Agroemxport Brasil, que oferece a implantação de unidades completas de medição, processamento e armazenagem de grãos nas fazendas. Essas unidades contam com balança rodoviária, laboratório para medição de umidade e impurezas, equipamentos de limpeza e para secagem, transportadores e armazenagem.
Segundo Carlos Caneppele, professor do Núcleo de Tecnologia em Armazenagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), problemas como a distância dos portos para exportação de produtos e falta de infraestrutura em estradas causam um déficit gigantesco.
“A importância de os produtores investirem em armazéns nas fazendas ou cooperativas é suprir esse déficit. Se o produtor fizer um armazém para 80% de sua produção, ou mesmo 100% da sua produção, ele já vai minimizar ou eliminar o problema. Você vai aumentar a competividade com os outros estados, melhorar os preços de venda e eliminar impurezas”, afirmou Carlos Caneppele.
Com o + Safra, o produtor não fica sujeito à venda balcão, escapa das diferenças de medição praticadas pelos compradores e não se submete a necessidade de escoar sua produção na colheita, momento em que são aplicados os altos preços de transporte e a venda sofre com a cotação deprimida do grão.
Na fase de instalação, a empresa assume completa responsabilidade pelos Investimentos e implantação, livrando o produtor de qualquer risco de obra, preço de materiais, preços de equipamento, licenciamento ambiental, projeto e montagem. As unidades são modulares e oferecidas em vários tamanhos e configurações, para atender as necessidades de cada produtor.
O produtor só começa a pagar o arrendamento quando já estiver utilizando a unidade. O arrendamento será pago com parte do que o produtor deixa de perder, e além dos ganhos durante o período de utilização, ficará com a unidade ao final do contrato.
Entenda os números
Sob amparo de dados do Imea, nota-se que a área de produção de soja em 2016/2017 foi de 9,4 milhões de hectares. A estimativa de produtividade em sacas por hectare girou em torno de 55,4. Ou seja, 521 milhões de sacas de soja foram efetivamente produzidas. Sobre o milho, 4,7 milhões de hectares serviram para plantação, com média de 107 sacas por hectare e total de 507 milhões de sacas.
Para compreensão dos produtores, em escala menor, caso uma propriedade rural de 2 mil hectares com capacidade produtora de 110 mil sacas de soja tivesse a correta armazenagem, aproximadamente R$ 555 mil seria o valor do ganho.