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Governo interino de Honduras diz que há armas na Embaixada do Brasil no país

O governo de Roberto Micheletti assegurou nesta quarta-feira (7) que há "estrangeiros e hondurenhos" com armas no interior da Embaixada do Brasil em Honduras, onde está o presidente deposto do país, Manuel Zelaya. Um representante diplomático brasileiro negou as acusações
A afirmação foi feita pelo chanceler do governo interino, Carlos Lopez, em um hotel da capital, Tegucigalpa, com a presença do Secretário Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, e de representantes de países da região. Eles travam um diálogo supervisionado pela OEA que pretende resolver a crise política no país.
"Que se desarmem, se isso já não foi feito, porque ali, na minha opinião, somente os funcionários do Brasil deveriam exercer autoridade", disse Lopez.
O embaixador brasileiro junto à OEA, Ruy Casaes, afirmou que quando Zelaya ingressou na embaixada, no dia 21 de setembro, os encarregados de sua segurança pessoal portavam armas. "Pedimos que eles nos entregassem essas armas porque não era razoável que houvesse gente armada, e isso foi cumprido. Essas armas, que eram 17, estão guardadas com segurança na embaixada", disse Casaes.
Segundo ele, agora não há mais ninguém armado na sede diplomática e que aproximadamente 60 pessoas permanecem no edifício. Os únicos hondurenhos, completa, são funcionários do Brasil.
Contreras reafirmou o pedido para que o Brasil defina o status de Zelaya na embaixada, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva define como hóspede do governo brasileiro

Camponeses liberados
Um total de 38 camponeses que estavem presos em Honduras e que faziam uma greve de fome desde sábado passado foram libertados nesta quarta-feira, disse uma fonte judicial.
Eles fazem parte de um grupo de 55 agricultores que foram removidos há uma semana da sede da estatal Instituto Nacional Agrário (INA), depois de ocuparem o local em sinal de protesto pela deposição de Zelaya.
"Eles vão para suas casas, pois muitos estão doentes e são de fora da cidade. O Ministério Público, vendo todas essas situações e o tipo de delito, pediu medidas cautelares", disse o fiscal Luis Echeverría.

Missão da OEA
Representantes do governo golpista de Roberto Micheletti e do governo deposto de Manuel Zelaya iniciaram nesta quarta-feira (7) um processo de diálogo para tentar por fim à crise política em Honduras. Mas as perspectivas de restabelecer a democracia no país parecem distantes.
O chanceler do governo interino de Honduras, Carlos López Contreras, e José Miguel Insulza, disseram que a crise política no país centro-americano não será resolvida na reunião desta quarta
Insulza afirmou que a delegação da OEA partirá de Honduras nesta quinta-feira como previsto, mas que as negociações vão continuar. "É um diálogo hondurenho", afirmou, acrescentando ainda que "não é um tema para uma semana, é para mais uma semana".
A cerimônia de abertura das negociações aconteceu em um hotel da capital Tegucigalpa, onde a imprensa pôde acompanhar as declarações de Insulza, Contretas, Peter Kent (chanceler do Canadá) e Victor Meza (ministro durante o governo de Zelaya).
Em sua fala, o dirigente da OEA defendeu que a saída para a crise deve seguir os passos fundamentais do acordo de San José: volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder; formação de um governo de integração nacional; veto a qualquer tentativa de reforma da Costituição; anistia política aos envolvidos nos processos do golpe; e acompanhamento internacional destes termos. "A ninguém convém o estado atual das coisas", afirmou Insulza. "Precisamos de um diálogo para retomar a constitucionalidade", afirmou Insulza.
Roberto Micheletti, no entanto, disse à OEA que está disposto a deixar o poder, mas somente se Zelaya desistir de sua exigência de ser restituído ao poder. "Se eu sou um obstáculo e tenho que ser posto de lado, eu exijo que este senhor também seja posto de lado", afirmou.
Fonte: agências internacionais / UOL Notícias

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