15 mil não se imunizaram e 131 mil estão com calendário vacinal atrasado em Rondonópolis

Rondonópolis fechou o mês de junho com 796 registros de novos casos de Covid-19 e um grande desafio: convencer a população a manter o calendário vacinal em dia. Um levantamento divulgado ontem (30) pela Secretaria Municipal de Saúde (veja quadro abaixo) mostra que mais de 90 mil moradores ainda não tomaram a terceira dose da vacina, disponível para as pessoas com mais de doze anos, e cerca de 41 mil não compareceram para tomar a quarta dose, já disponível para quem tem mais de 40 anos.

O descaso com a vacina também é preocupante quando analisados os números referentes as doses iniciais (D1 e D2), consideradas fundamentais para garantir uma proteção mínima contra o coronavírus. Neste caso o número chega a 53.255 pessoas, sendo que 15.171 não tomaram sequer a primeira dose.

A meta da Secretaria Municipal de Saúde é imunizar 236.836 pessoas. A vacina não garante imunidade total contra o vírus, mas diminui o risco de contaminação e, em caso de contágio, impede que a doença evolua para quadros mais graves.

Conforme o boletim divulgado ontem pelo município, a cidade tem atualmente 457 casos ativos de Covid-19, contra 15 no início do mês. Dos contaminados hoje, 13 apresentaram sintomas graves e estão internados em leitos hospitalares. No dia primeiro de junho não tínhamos nenhuma pessoa internada.

“Os casos graves de Covid que estamos tendo agora são em pessoas que não se vacinaram ou estão com a calendário vacinal em atraso, não tomaram todas as doses. Então faço esse apelo para que as pessoas procurem a unidade de saúde mais próxima e garanta a imunização”, diz a secretária municipal de Saúde, Izalba Albuquerque.

TESTES

O município garante que não há falta de vacinas. Elas estão disponíveis em todas as unidades de saúde e são oferecidas gratuitamente.

A rede municipal também oferece testes para a detecção de contágio. Mas, neste caso, houve uma interrupção em 12 unidades devido ao afastamento de servidores por problemas de saúde – muitos deles também contaminados pela Covid-19.

A suspensão, temporária, atinge as unidades de Saúde da Cohab, Marechal Rondon, Assunção, Caic, Dom Osório, Pedra 90, Europa, Iguaçu, Jambrapi, Monte Líbano, Padre Rodolfo e Vila Mineira . Quem mora nessas regiões deverá procurar o posto de saúde do bairro vizinho para fazer a testagem.

Os testes nas unidades de saúde do município estão divididos entre dois turnos, pela manhã são realizados das 9h às 11h e no período da tarde, das 15h às 17h. A Policlínica Central está fazendo testes, apenas a tarde e o Hospital de Retaguarda o dia todo. Essa mudança adotada é para separar os testes do fluxo normal de atendimento.

Vale ressaltar que para o teste ser realizado, o paciente deve apresentar sintomas há, pelo menos, três dias. Na rede SUS, os testes somente são feitos em usuários que tenham sintomas. Enquanto aguarda os três dias com sintomas, é importante manter a hidratação, alimentação e repouso. Em caso de piora dos sintomas, o usuário deve procurar uma unidade de saúde para atendimento médico.

Essas orientações sobre o teste são seguidas por determinação do Ministério da Saúde.

CÂMARA

Além da contaminação de servidores da Saúde, durante a semana houve também comunicados de surtos de Covid em escolas da rede estadual e até na Câmara Municipal, onde nove servidores foram diagnosticados com a doença.

A situação no Legislativo levou os vereadores a restabelecerem, de forma voluntária, o uso de máscaras durante as sessões no plenário da casa. Muitos vereadores também tem cobrado uma nova convocação do Comitê de Crise para discutir medidas viando conter o avanço da Covid.

“Precisamos avaliar a possibilidade de retomar a obrigatoriedade do uso de máscaras e medidas visando melhorar o distanciamento social, principalmente no que diz respeito à liberação de festas e eventos com grande aglomeração de pessoas”, disse um parlamentar ouvido pela reportagem.

Até o momento não há informações sobre a convocação do Comitê, que deve ser feita pelo poder Executivo.

Eduardo Ramos – Da Redação