Natural de Cuiabá, “rondonopolitano de coração” como ele diz, chegou a Rondonópolis com 3 anos de idade juntamente com suas 7 irmãs todos muito bem educados e encaminhados pelos seus pais Clarindo e Eremita. Corria a década e 1960, naquele tempo a cidade estava sendo organizada, mas a família já tinha uma visão futurista da cidade, embora não tivesse a perspectiva do grande desenvolvimento industrial dos dias de hoje. Vamos conhecer um pouco da trajetória de vida, de uma das personalidades mais importantes da nossa cidade.
Jornal Folha Regional; Seus pais saíram da capital Cuiabá, para recomeçar a vida em Rondonópolis, como foi o início das atividades na cidade de Rondon?
Tião Buquigaré; O começo foi de muita luta, meus pais deram o exemplo para nós, o trabalho, a honestidade, a família sempre em primeiro lugar. Lembro-me de minha mãe Eremita que também sempre se dedicou a família, a cidade era pequena mas todos nós buscávamos um espaço para trabalhar. Desta forma comecei a trabalhar cedo para ajudar os meus pais e minhas irmãs em casa.
JFR; Quais foram as suas primeiras atividades de trabalho na infância?
Tião Buquigaré; As minhas primeiras atividades na infância, engraxate, carregador de malas, e vendedor de frutas na Baleia, foram um grande incentivo na minha vida. Eu tinha apenas 5 anos de idade, e não sabia ainda fazer troco, mas minha mãe me ajudava. Os bolos de arroz que ela fazia eram um grande sucesso, ela utilizava como forma latas de sardinha, era muito apreciado pelos clientes. Trabalhei ainda vendendo revistas e jornais para a banca da dona Cacilda, para o saudoso B. Cunha, e o saudoso Carlos Daltro. Trabalhei também indicando passageiros para os taxis.
JFR; Falando ainda da família quais eram as principais preocupações dos seus pais?
Tião Buquigaré; Eles fizeram um esforço incansável para que não faltasse nada para nós na infância, e tinham uma preocupação afim de que todos nós estivéssemos na escola. Eu sentia que essa questão entre eles era primordial, e com muito esforço conseguiram esse objetivo.
JFR; Na sua adolescência, o senhor não tinha muito tempo para se divertir, mesmo aos 13 anos de idade o trabalho continuava lhe chamando. A partir dai foram vários empregos e experiências fale um pouco sobre esse período;
Tião Buquigaré; Logo após completar 13 anos, fui trabalhar de servente de pedreiro, e quando a gente começa nesse ramo somos tratados de “orelha seca”. Trabalhei na profissão construindo a segunda etapa do Rondonópolis Clube. Naquela ocasião a presidenta do Rondonópolis Clube era a senhora Ilma e tinha como integrante da diretoria a esposa do senhor Elzio Borges Leal da farmácia. Assimfizemos a reforma do Clube, mas não era essa a profissão que eu queria. Depois fui trabalhar na Viação MT como bagageiro, foi no momento em que a Rodoviária de Rondonópolis estava sendo inaugurada, “hoje antiga.” Trabalhei também no Posto Rondon de propriedade do senhor Ivens e João Vagner, com o Milton Francisco de Oliveira na loja Rei do Rádio, e por final trabalhei na Casa Borges, de propriedade do senhor João Batista Ferreira Borges e da saudosa Célia de Lourdes Borges, pessoa que sempre considerei como minha segunda mãe.
JFR; Como foi o início da sua atividade empresarial?
Tião Buquigaré; A Bijouteria Rondonópolis já existia desde 1962, era uma empresa de propriedade do Antonio Pires Filho. Nós compramos a loja e a marca, e graças a Deus deu tudo certo. Passamos por momentos difíceis, entre altos e baixos temos caminhado com determinação.
JFR; O que representa a sua família diante do seu progresso pessoal?
Tião Buquigaré; A família é tudo, quero ressaltar aqui a grandiosidade e o desprendimento de minha esposa Inês Lacerda Buquigaré, dedicada empresária, e mãe exemplar. Que me deu filhos maravilhosos, Fernanda Lacerda Buquigaré (Engenheira agrônoma) Rossana Lacerda Buquigaré (Advogada) e Sebastião Pereira Buquigaré Junior (Advogado). O trabalho sempre foi nosso lema, mas mesmo assim nunca deixamos o lazer que renova as nossas energias.
JFR; Cite uma pessoa que não seja da família, mas que tenha sido importante na sua vida?
Tião Buquigaré; Alminedes Ribeiro Nogueira, mais conhecido por Lélo Brega, esse foi o irmão que eu não tive. Um grande amigo Contador da minha empresa um amigo de todas as horas a quem agradeço pela grande amizade. Eu sempre gostei de futebol e torcia para o União, mas quando o Lélo fundou o Vila Aurora, mudei com ele passei a torcer para o Tigrão da Vila. Hoje o Vila Aurora tem um bom patrimônio, mas está fora do campeonato mato-grossense, estamos confiantes num breve retorno.
JFR; O senhor ficou surpreso pelo rápido progresso da cidade de Rondonópolis sobre tudo no setor industrial, e quais as instituições que o senhor ajudou implantar na cidade?
Tião Buquigaré; Nós ficamos impressionados com o crescimento da cidade, não esperávamos que ia ocorrer esse grande avanço em tão pouco tempo. Nós vimos o progresso chegar a Rondonópolis e sem dúvida prestamos a nossa contribuição a sociedade. Trouxemos para Rondonópolis o SESC, O SENAC, trouxemos também a Justiça do Trabalho que deu apoio aos empresários e também ao colaboradores, Lutamos para a instalação da FECOMERCIO, e SEBRAE. Quero aqui ressaltar que todas essas instituições que aqui se instalaram tiveram também o grande apoio do Dr. Jamil Nadaf, do Dr. Pedro Nadaf, do Lélo Brega. Eu sempre me preocupei com essas instituições que chegaram a Rondonópolis para ajudar tantos os comerciários quanto os empresários. Faço parte do Conselho do Conselho Deliberativo do SEBRAE MT, da FECOMERCIO MT, e sou suplente na JUSCEMAT “Junta Comercial de MT.”
JFR; Nós agradecemos pela entrevista, e por sua consideração em ter recebido a reportagem do Jornal Folha Regional.