Tião como é popularmente conhecido sempre prezou pelas amizades, e tem como notoriedade pessoal, a simpatia e o bom atendimento. A sua gastronomia com um cardápio variado e tempero caseiro muito especial tem a preferência de grande parte dos rondonopolitanos e faz parte dos points tradicionais de nossa cidade. Vamos conhecer um pouco mais da sua trajetória de vida através da nossa coluna.
Jornal Folha Regional: Qual a sua naturalidade?
Tião: Eu nasci na cidade de Alto Garças, mas permaneci por muito pouco tempo lá, quando eu tinha 5 anos de idade meus pais Álvaro da Costa Neri que era dentista prático, e minha mãe Carmelinda Machado Neri mudaram para a cidade de Mineiros em Goiás. Naquela cidade a nossa família já havia criado raízes, era tradicional nós tínhamos muitos parentes, sendo 10 tios e um número incontável de primos. Os meus avós José Antônio da Costa Neri e minha vovó Ló eram vivos, e tiveram uma grande influência naquela região são fundadores da cidade de Mineiros. Nós somos em 3 irmãos, eu a minha irmã Darci Ester e o meu saudoso irmão Fábio da Costa Neri.
JFR: Como foi a sua infância em Mineiros?
Tião: Eu sempre fui uma pessoa introvertida, mais tranquila e observadora, essa etapa da minha personalidade eu cultivo desde a infância. Eu sempre fui da quietude e da paz mesmo durante a infância eu sempre me afastava de quaisquer desavenças. Convivia com os meus primos, tinha uns que e combinava tinha mais amizade, já outros ficavam mais afastados. Sempre eu procurei harmonia nas amizades em especial com os meus parentes.
JFR: Como foram os seus primeiros anos escolares em Mineiros?
Tião: Eu estudei primeiramente em uma escola evangélica da cidade, lá eu fiz o primário. Posteriormente meus pais vieram de mudança para Rondonópolis, eu cheguei aqui com 15 anos de idade e fiz o Ginásio na Escola La Salle, fiz o curso Técnico de Contabilidade no Colégio das Irmãs. O meu pai quando ainda nós morávamos em Mineiros já havia mudado de profissão, deixou a função de dentista prático, e passou a comprador de bois para várias fazendas. Ele comprava bois nas cidades vizinhas Guiratinga, Tesouro, Poxoréo e Alto Garças, os fazendeiros eram todos do Jurigue.
JFR: Em que ano a família chegou a Rondonópolis?
Tião: O meu pai decidiu mudar para Rondonópolis onde era mais favorável para a suas atividades. Nós chegamos aqui no dia 31 de dezembro de 1961, e aqui também algum tempo depois formei a minha família.
JFR: Como foram as suas atividades de trabalho em Rondonópolis, você tinha algum sonho de infância?
Tião: Eu comecei a trabalhar aqui em Rondonópolis quando eu tinha 17 anos, entrei numa empresa chamada CITUZA, depois ela foi vendida para CIBRAZEM onde eu trabalhei durante 8 anos eu era o sub-gerente o Nilmo Costa Gomes o gerente. A empresa ficava onde e hoje a Loja Todimo, tempos depois, o Nilmo foi para a Rondomaq e eu assumi a gerência. Com relação ao sonho de infância, foi complementado pelo trabalho. Posteriormente eu arranjei um outro emprego em Cuiabá onde passei um curto período, retornei para Rondonópolis morei na fazenda do senhor Ovídio Miranda Brito, onde eu atuei como gerente. Depois da minha saída da fazenda do senhor Ovídio eu me casei. Fui novamente trabalhar em Cuiabá onde desta vez eu fiquei mais tempo, nesse movimento voltei para Rondonópolis pela empresa Rondomaq, fiquei 8 meses aqui depois fui transferido para a cidade de Cáceres onde fiquei durante 12 anos. Trabalhei durante 16 anos na Massey Fergusson na função de gerente.
JFR: Como era o lazer e as diversões na sua época de juventude aqui em Rondonópolis?
Tião: Quando Eu comecei a namorar a minha esposa eu estava com 19 anos de idade e ela com 18 anos nós frequentávamos muito AABB, que depois se transformou no Canadá Clube, frequentávamos também o Rondonópolis Clube, o espaço Barbarela o Bar do Paulinho dentre outros.
JFR: Como você descobriu o talento para a gastronomia?
Tião: Eu sempre fui apegado a cozinha, eu sempre tive o dom para a gastronomia, no restaurante eu sou o cozinheiro, a comida aqui é feita pelo cardápio da minha sogra. O meu sogro Muneu Arissaua foi um dos pioneiros no ramo de restaurante em Rondonópolis. Ele teve um problema de saúde, e ficou impedido de assumir os trabalhos, a minha esposa tinha que cuidar dele, a outra irmã não morava aqui e nós viemos ajudar a tocar o restaurante. Logo depois a minha sogra também adoeceu. Eu e aminha esposa cuidamos dos dois com muito carinho quando eles estavam doentes. O meu sogro tocou o restaurante durante mais de 40 anos, eu e minha mulher estamos aqui faz 25 anos. Quando o meu sogro chegou aqui não tinha ainda a ponte sobre o Rio Vermelho, a travessia era feita pela balsa. Ele tinha aqui nas proximidades um posto de gasolina um dos primeiros de Rondonópolis.
JFR: Fale um pouco sobre a sua clientela, e como está a movimentação do seu setor de trabalho neste 2019 até o presente momento, e qual a sua expectativa para 2020?
Tião: Os meus clientes posso dizer que mantem uma tradição frequente, graças a Deus todos se sentem bem e gostam do nosso atendimento e do nosso tempero caseiro. Temos clientes de todas as classes sociais, empresários comerciantes, estudantes, desde os mais abastados aos mais humildes e de várias repartições públicas, autoridades do estado e do município, a exemplo do prefeito Zé Carlos do Pátio e alguns vereadores. Este ano até o momento o movimento está sendo razoável , mas temos que acompanhar o barco de acordo com o movimento do rio, se o barco voltar temos que voltar ao contrário e não voltar de costas. Logo na entrada temos uma placa de venda, essa propriedade é da família da minha esposa, caso seja vendida a minha ideia é ir embora para Cuiabá, as minhas filhas moram lá, as minhas netas estão lá. Só ficamos eu e a minha esposa aqui, por isso pretendemos ir embora. Eu costumo pensar mais no presente, e com muita fé em Deus seguindo passo a passo fazendo tudo com amor.
JFR: Desde já agradecemos a sua atenção por nos receber aqui no seu restaurante, e fazemos as nossas duas últimas indagações: Qual a importância da família na sua caminhada, você gostaria de agradecer a alguém que o ajudou em algum momento da sua vida?
Tião: A família é nosso alento, nossa inspiração e o nosso porto seguro em todas as fases da nossa vida, gostaria de ressaltar neste momento agradecendo a pessoa da minha esposa Matiko Arissaua Neri, este ano fizemos 44 anos de casados, com mais 6 de namoro chegamos nos 50. Temos duas filhas a mais velha Daniele Arissaua Neri Lott e Thais Arissaua Lima Neri, temos duas netas Julia Iuma Lima e Izabele Lott Neri. Quero agradecer ao meu sogro e minha sogra que sempre me ajudaram. Agradeço aos meus genros Donato Lott , Agrônomo de profissão e Júlio Ferreira Lima, Dentista. Não posso me esquecer do meu grande amigo que tenho como irmão Nilmo Costa Gomes e seus familiares a eles a minha gratidão, e aos nossos clientes e amigos pela preferência.