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sábado, novembro 23, 2024

Saúde: Muitas campanhas e pouca estrutura

Para o bem geral da saúde, estamos lendo, assistindo, vendo e ouvindo apelos dos mais variados em relação à saúde do homem e da mulher. São campanhas publicitárias e institucionais que promovem a conscientização sobre a questão da prevenção das mais diferentes doenças que assolam o ser humano, muitas delas que podem levar inclusive a morte. Com foco na prevenção, as campanhas convocam as pessoas para cuidarem de si e também dos demais, enaltecendo a importância do diagnóstico precoce de doenças – e seu consequente combate – e mostrando os benefícios de uma vida saudável. Acabamos de sair de uma campanha importante, que foi o "Outubro Rosa", criado para dar mais luz e foco na questão do câncer de mama. Com o olhar voltado às mulheres, a campanha alerta para a necessidade do auto-exame e também a busca de outros procedimentos na rede especialista para este tipo de atendimento em saúde. Neste mês, a campanha é o "Novembro Azul", que tem seus holofotes no incentivo à saúde do homem, evidenciando principalmente a necessidade dos exames relacionados a prevenção e/ ou diagnóstico e combate ao câncer da próstata. Além dessas duas, foi instituída recentemente outra campanha, a "Setembro Amarelo", destinada a sensibilizar sobre a necessidade de ações e políticas de prevenção ao suicídio. A campanha tem o objetivo de suscitar a percepção das pessoas para os sintomas e comportamentos que podem levar outro ser humano tirar a própria vida. Pelo processo de conscientização que estamos vendo em relação à saúde, nosso calendário anual vai se transformar em pouco tempo em uma aquarela de cores, com cada mês alusivo a prevenção de uma determinada doença. São louváveis todas estas iniciativas pois, principalmente a prevenção, ainda é o melhor remédio. Aliás, ela deve ser o antídoto principalmente para as camadas mais pobres da população, em todas as cidades de nosso país. Infelizmente, a estrutura de atendimento médico e de prevenção à saúde no Brasil ainda é capenga e deixa muito a desejar. É doloroso falar e escrever que a saúde está doente. E faz tempo. É necessário um olhar para dentro das redes de atendimento para promover, também, sua estruturação – há lugares que não tem nem o básico para a atenção à saúde – e de reestruturação nos centros de referência da população. A partir deste olhar para dentro de nossas unidades de saúde, de todos os portes, é que se pode desencadear também um novo processo de atendimento, começando pela valorização dos profissionais e estruturação tecnológica de diagnóstico, acompanhamento e tratamento. As campanhas são muito importantes para a expressão externa sobre a prevenção das doenças, mas o cidadão comum – sobretudo as camadas que estão nas piores escalas econômicas e sociais – precisa contar com o suporte necessário ao entrar na unidade de saúde para receber atendimento para suas necessidades. Caso contrário, a saúde vai continuar sendo um bem acessível para poucas parcelas da população. E o sistema público vai continuar priorizando a doença e não saúde.

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