“Não faz mais sentido o Brasil continuar atrelado ao Mercado Comum do Sul (Mercosul). Quem mais perde com o Mercosul é o Brasil”, afirmou o senador José Medeiros (PPS-MT), durante discurso, proferido no mês de abril de 2015. Ontem (12.08), o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu acabar com a união aduaneira do Mercosul, a fim de possibilitar que o Brasil possa firmar acordos bilaterais ou multilaterais sem necessariamente depender do apoio dos demais membros do bloco.
A saída do Brasil do Mercosul faz parte dos projetos da Agenda Brasil, medidas apresentadas pelo Senado Federal no sentido de contribuir para a retomada do crescimento da economia, a queda da inflação e o aumento da segurança jurídica.
No entendimento de José Medeiros, o bloco é uma amarra que impede o país de fazer negócios com outras nações e de se integrar de forma mais autônoma ao mercado global. Ele afirmou que todos os países do bloco já fazem negócio fora do Mercosul. Tanto que, desde 2005, o Brasil não é mais o principal parceiro comercial de Paraguai e Uruguai, tendo sido superado pela China. A Argentina, por sua vez, acaba de assinar 15 acordos bilaterais com a China, ao arrepio do acordo do bloco.
José Medeiros, no pronunciamento de abril, já sugeria que o Brasil priorizasse acordos bilaterais com economias mais desenvolvidas, bem sucedidas e dinâmicas. Na observação feita por José Medeiros, nos últimos 10 anos, os únicos tratados de livre comércio assinados pelo bloco foram com Israel e Egito.
“É mais do que passada a hora de o Brasil deixar o bloco ou convertê-lo, na melhor das hipóteses, em simples área de livre comércio, sem tarifa externa comum. O que nos impede? O Brasil já não precisa do Mercosul, que representa menos de 9,9% de nossas exportações em comparação com os 17,4% de 1998”, destacou José Medeiros à época do pronunciamento.
Redação c/ Assessoria