ACIR pede a união dos empresários contra volta da CPMF

A ACIR, Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Rondonópolis, está apoiando um manifesto criado pela Confederação Nacional de Indústria (CNI), que repugna a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF. De acordo com presidente da Acir, Edson Ferreira, a volta deste imposto pode afetar seriamente o setor empresarial e industrial, que já sofre com a alta taxa tributária do país.
Em nota divulgada pela Gerência-Executiva de Política Econômica da CNI, os principais efeitos econômicos indesejáveis provocados pela CPMF são o aumento do custo de produção dos exportados, o que retira a competitividade das empresas brasileiras; aumento da incidência tributária sobre os investimentos; oneração maior dos produtos nacionais, frente aos importados; o fato da CPMF ser um tributo regressivo, pois é um imposto que se transforma em custo para a empresa; o fato da CPMF não ser um tributo transparente, ou seja, apenas uma parte da arrecadação da CPMF pode ser observada facilmente pelo contribuinte; e por fim, a elevação dos custos de intermediação financeira na economia.
Segundo o presidente da Acir, todos esses efeitos iriam provocar um impacto significativo no valor dos serviços e produtos do segmento empresarial de todo o Brasil e seria sentido pelo consumidor final. Edson lembrou que, apesar da CPMF ter sido criada pela primeira vez com a desculpa de aumentar a arrecadação do governo para bancar os custos com a saúde pública, os gastos do Governo Federal com o setor não foram afetados pelo fim do imposto e muito menos impediu o aumento dos gastos públicos. De acordo com a nota divulgada pela CNI, a despesa da União cresceu mais que o PIB brasileiros nos dois anos seguintes a extinção da CPMF. Apenas na saúde, por exemplo, o aumento dos gastos em 2009 cresceu 12,5%.
Diante de tudo isso, o presidente da Acir conclama a classe empresarial a lutar pelo impedimento da recriação da CPMF. “Os empresários de todo o país precisam se unir para impedir que esse imposto volte e nós podemos dar início a essa luta aqui mesmo em Rondonópolis, basta que a gente se uma neste momento e façamos uma corrente forte para tentar barrar esse absurdo que é a volta da CPMF”, declarou. De acordo com Edsons, a diretoria da Acir deve convocar os deputados federais que representam a região sul de Mato Grosso, especialmente Rondonópolis, e pedir a colaboração deles para que a volta da CPMF não seja aprovada no Congresso Nacional. “A nossa intenção é mostrar para eles um levantamento de tudo que já pagamos de imposto e como a volta da CPMF pode prejudicar os empresários locais e de todo o Estado”, explicou.
O Diretor de Comércio da Acir, Luiz Fernando Homem de Carvalho acredita que a entidade deva criar um movimento contra a CPMF, um “Dia contra a CPMF”. “Através da Acir nós podemos encabeçar na internet um ato contra a recriação de mais este imposto”, recomenda o empresário. “Nós podemos mobilizar toda a classe empresarial de Mato Grosso através da Fecomércio [Federação do Comércio] e Fiemt [Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso], além de outros órgãos competentes, como as Associações Comerciais e Câmaras de Dirigentes Lojistas de todo o país. Assim podemos atingir a todos”, esclarece Luizão.
O vice-presidente da Fecomércio-MT, Sérgio Del Cistia, disse que este é o momento em que os empresários precisam se unir, pois caso contrário, todos sairão prejudicados. “Considero que essa foi uma traição daqueles que foram eleitos, pois já temos a maior carga tributária do mundo, portanto, é um absurdo pensar em pagar mais impostos”, analisou. Na opinião de Sérgio a volta da CPMF vai onerar o consumidor final. “Antes deste imposto ser extinto, vimos que foram arrecadados milhões, porém, o problema da saúde pública não foi resolvido. Nós sabemos que mesmo sem a CPMF houve um recorde de arrecadação. Sendo assim, fica claro que o que falta não é dinheiro e sim, uma boa administração”, avaliou o vice-presidente da Fecomércio-MT.