A soma da produção de grãos de 20 estados brasileiros não é suficiente para empatar com o volume produzido somente em Mato Grosso. Líder isolado no cultivo de grãos do país, Mato Grosso deve chegar a 40,9 milhões de toneladas de grãos na Safra 12/13. Já o total produzido por todos os estados do Sudeste, Nordeste e Norte alcança 39 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na última quarta-feira (9).
Para o diretor da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo, os números confirmam o potencial do estado na produção de grãos. De acordo com ele, o resultado já era esperado principalmente pelo aumento da área cultiva de soja. O levantamento da Conab mostra que a safra de grãos mato-grossense deve ter um incremento de 1,5% – passando de 40,3 milhões de toneladas para 40,9 milhões de toneladas. A área cultivada deve ser de 11,4 milhões de hectares, sendo 4,5% superior a da safra passada, de 10,9 milhões de hectares.
A soja é a cultura que mais deve incentivar o cenário de crescimento. A previsão é que a produção da oleaginosa mato-grossense tenha alta de 9,9%, aumentando de 21,8 milhões de toneladas para 24 milhões de toneladas na safra 12/13. Esse incremento deve ser consolidado pela crescimento de 10% da área plantada que passará para 7,6 milhões de hectares, levando em conta que a temporada passada foi de 6,9 milhões de hectares.
Por outro lado, a produção de milho em Mato Grosso deve apresentar uma queda de 6,5%, de 15,6 milhões de toneladas para 14,5 milhões de toneladas. Isso porque a produtividade também deverá ser 6% menor, atingindo 5,3 mil quilos por hectares ante a 5,6 mil quilos por hectare na temporada anterior. "A redução da área plantada foi provocada pelo atraso no plantio da soja que provocou a perda da janela ideal para o cultivo do milho", explica o diretor da Famato.
A estimativa de queda também é prevista para o algodão. A Conab aponta que a produção da pluma deve cair de 1 milhão de toneladas para 755 mil toneladas – a queda é de 27,9%. Paludo aponta que o clima ainda será determinante neste cenário.
Fonte: Agrodebate/Vivian Lessa
