A safrinha, que virou ‘safrona’ há um bom tempo, em Mato Grosso, estará ainda maior em 2013, já que as projeções apontam para a maior área já cultivada com milho no Estado. De uma costumeira participação de até 30% da superfície que inicialmente é ocupada pela soja, na primeira safra, ou safra verão, a cobertura deverá totalizar cerca de 37% dos 7,89 milhões de hectares destinados à oleaginosa, ou, pouco mais de 2,91 milhões de hectares.
Os dados referentes à cultura do milho foram apresentados ontem pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), por meio do Boletim Semanal. Na semana passada, o Diário já havia estimado o percentual de cobertura da área em 36,8%, número bem próximo ao apresentado pelo órgão. “A cultura deixou de ser safrinha e passou a constituir uma segunda safra de grande importância em Mato Grosso, aproveitando cada vez mais a área de soja”, destaca o Boletim.
Como aponta o Imea, na safra 2008/09, por exemplo, a área plantada de milho no Estado cobriu 29,4% da área de soja. “Esse percentual vem crescendo ano-a-ano e na safra atual estimamos a maior participação”. Em Mato Grosso, como forma de driblar as perdas pelo custo logístico, os produtores se acostumaram a fazer duas grandes safras anuais, para isso, antecipam o cultivo da soja, a principal commodity, para que até o início de fevereiro a área, ora pertencente à soja, possa ser proporcionalmente ocupada pelo milho, maior opção de segunda safra no Estado. Na medida em que a soja é colhida, as plantadeiras voltam à cena, desta vez, semeando o milho. Para o melhor desenvolvimento do milho, o cereal deve ser cultivado até meados de fevereiro, período tido como “janela ideal”.
CONTRIBUIÇÃO – A região que mais cobrirá com milho a área da soja é a médio norte que, após a colheita da oleaginosa em 2013, ocupará uma área estimada em 50% da área da soja. A segunda região que mais participa com o cereal sobre a área plantada de primeira safra é a centro-sul, com 39,6% da área. Com clima mais restrito à segunda safra, as regiões norte, nordeste e noroeste plantam sobre a área de soja os menores percentuais de milho, com 13,2%, 18,1% e 18,7%, respectivamente.
SUSPENSE – Como frisam os analistas do Imea, nos próximos dias alguns municípios estarão próximos do encerramento do plantio e ficarão à mercê do clima, aguardando um restabelecimento das chuvas no Estado. “Chuvas na primeira quinzena de novembro serão divisores de águas que determinarão a necessidade ou não de replantio da soja, em função da estiagem que atinge importantes produtores, como o oeste mato-grossense. Essa informação impactará diretamente na consolidação da área para segunda safra”.
A ausência de precipitação por mais de uma semana fez com que alguns municípios de Mato Grosso plantassem em ritmo mais lento, a fim de aguardar maiores volumes pluviométricos que pudessem atingir o Estado. Mesmo assim, como algumas regiões estão sendo favorecidas por um volume de chuva que beneficia o plantio, como por exemplo, a médio norte, a evolução média ainda se manteve regular, avançando 12,2 pontos percentuais e atingindo 62,5% da área estimada semeada.
Fonte:Aprosoja