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domingo, novembro 24, 2024

Rondonópolis teve solução caseira para não entrar em um crise hídrica como São Paulo

São Paulo, a maior cidade da América Latina, vive com uma das piores crises de falta d’água de sua história recente e atrás dela vem dezenas de capitais e grandes cidades brasileiras, cheias de infraestrutura e modernidade, mas que já começam a conviver com o mal que deve assolar a humanidades nas próximas décadas: a torneira seca. Em Rondonópolis, o problema diminuiu 86% de 2013 para cá, segundo dados do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis – Sanear, que registrou uma queda de 150 para 20 ligações médias de reclamações em seu 0800, dando conta do problema. A solução encontrada pelo prefeito Percival Muniz foi furar quatro poços artesianos, uma medida contestada por alguns estudiosos e ambientalista da cidade, mas que em curto e médio prazo resolver boa fatia do problema.
Para o serviço, Percival autorizou o investimento de mais de R$ 1 milhão, em recursos próprios. Segundo o diretor administrativo do Sanear, Cristóvão Teixeira, o Município investiu ao todo em torno de R$ 1 milhão para a perfuração dos poços do Santa Marta, Vila Mariana, jardim Atlântico e Parque Universitário, com capacidade de produção de cerca de 110 mil litros hora. Em parceria com o Governo Federal, foram ainda usados cerca de R$ 2,5 milhões para a criação de dois grandes reservatórios, sendo um instalado no bairro Cidade Alta e outro no Antigo Aeroporto.
Em fala recente, Percival defendeu que esperou uma prova de que furar poços não era a solução correta, mas ela não veio. “Logo quando decidimos construir os poços artesianos para acabar com a falta de água, muitos estudiosos aqui da cidade argumentaram que estaríamos danificando consideravelmente o aquífero de furnas e eu questionei e exigi uma garantia científica que me comprovasse que retirar e tratar água do Rio Vermelho seria melhor. Isto não chegou até mim. Então eu questiono esta tese, até porque não nos é necessário furar um poço de 1.500 metros como é feito em Cuiabá. Com 250 metros aqui a água surge em quantidade gigantesca”, argumentou Muniz.
De acordo com pesquisas e dados divulgados pelo programa Fantástico, o chão foi o destino de 20% das árvores da Floresta Amazônica original e esse crime ambiental tem a ver com a falta d'água na maior cidade da América Latina, São Paulo. É que a Amazônia bombeia para a atmosfera a umidade que vai se transformar em chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Realidade

Dono do maior potencial hídrico do planeta, o Brasil corre o risco de chegar a 2015 com problemas de abastecimento de água em mais da metade dos municípios. O diagnóstico está no Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água, lançado neste mês de setembro pela Agência Nacional de Águas (ANA). O levantamento mapeou as tendências de demanda e oferta de água nos 5.565 municípios brasileiros e estimou em R$ 22 bilhões o total de investimentos necessários para evitar a escassez.
Considerando a disponibilidade hídrica e as condições de infraestrutura dos sistemas de produção e distribuição, os dados revelam que em 2015, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento de água, entre eles grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e o Distrito Federal. O percentual representa 71% da população urbana do país, 125 milhões de pessoas, já considerado o aumento demográfico.
“A maior parte dos problemas de abastecimento urbano do país está relacionada com a capacidade dos sistemas de produção, impondo alternativas técnicas para a ampliação das unidades de captação, adução e tratamento”, aponta o relatório.
A maior parcelas dos investimentos deverá ser direcionada para capitais, grandes regiões metropolitanas e para o semi-árido nordestino. “Em função do maior número de aglomerados urbanos e da existência da região do semi-árido, que demandam grandes esforços para a garantia hídrica do abastecimento de água, o Rio de Janeiro, São Paulo, a Bahia e Pernambuco reúnem 51% dos investimentos, concentrados em 730 cidades”, detalha o atlas.

Da Redação com Agência Brasil
Foto: Matusalem Teixeira

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