ECONOMIA

Banco Central e comércio dão mais sinais de nova recessão no país

O país acordou na última terça-feira (14) com duas informações na área econômica que apenas confirmam o cenário de estagnação, apontando para a chegada de uma recessão. Ao divulgar ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informa que “o arrefecimento da atividade observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019”. Enquanto isso, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), os consumidores gastaram 5% a menos do que no ano passado para o Dia das Mães, a segunda data mais importante para o comércio varejista no país (a primeira é o Natal).
O BC reconhece que “os indicadores disponíveis sugerem probabilidade relevante de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior”. O PIB referente ao período de janeiro a março deve ser divulgado no final de maio, pelo IBGE. Tecnicamente, o cenário de recessão é reconhecido a partir de dois trimestres com o PIB negativo, segundo economistas.
O grande problema é que, além dos cortes para “combater” o cenário desalentador, o governo só tem uma iniciativa: mais cortes. Diante do horizonte de contração do PIB, a equipe econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes estuda a possibilidade de cortar mais R$ 10 bilhões no orçamento, após a redução de R$ 30 bilhões há um mês e meio.
Para o ex-presidente da Caixa, a política de Paulo Guedes é algo que, hoje, não é adotada em lugar nenhum do mundo. “Mesmo nos países conservadores, como Itália – e nem vamos falar de países do leste, como Bulgária –, países que têm um discurso de direita, não se tem uma política radical como a de Guedes. Os argentinos tentaram fazer o que se quer fazer aqui, e estão numa situação terrível. É quase como a gente se olhar no espelho aqui no Brasil.”
No país vizinho, a pobreza cresce aceleradamente, a inflação acumulada de 2018 já bate em 50% e os tarifaços, com os cortes de subsídios, tornam a situação ainda mais dramática. Segundo matéria do site Carta Maior, de abril, “a indigência duplicou nos últimos três anos (período em que Mauricio Macri está no poder) e a pobreza cresceu em 20%”.
A Argentina realiza eleição presidencial em outubro. A ex-presidenta Cristina Kirchner lidera com 35,3% das intenções de voto, seguida pelo atual presidente, que tem 30,8%, segundo estudo do instituto Synopsis, realizado no início de maio.

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