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domingo, novembro 24, 2024

Rodovias vs. Ferrovias O outro lado que o Brasil insiste em não reconhecer

Vocação de país continental, vocação ferroviária, ferroviana (licença poética) que nos faz lembrar a “Maria Fumaça” com seus luxuosos vagões de madeira construídos na Inglaterra. As poucas e grandes ferrovias brasileiras começaram a ser construídas, num passado não muito longínquo. Corria o século XX, e no ano de 1858 foi inaugurada a primeira estrada de ferro do país, a Mogiana ligando Campinas a capital paulista. Em 08 de novembro de 1861foi inaugurada a Central do Brasil, que até os dias de hoje cobre o trajeto Rio – São Paulo transportando milhares de passageiros. Em 1º. de Outubro de 1898 foi inaugurada a Estrada de Ferro Araraquarense, ligando Araraquara, Sta. Fé do Sul, e a capital paulista. Em 03 de Maio de 1875, é inaugurada a Estrada de Ferro Madeira Mamoré no estado de Rondônia, estendendo-se por 366 quilômetros na Amazônia, ligando Porto Velho a Guajara- -Mirim. Foi a 15ª. ferrovia construída no país, suas obras foram executadas entre 1907 e 1912, hoje inativa. Em Rondonópolis um bom exemplo de logística, e modernidade em plena atividade, o terminal ferroviário Senador Vuolo, inaugurado em 19 de Setembro de 2013. Vicente Vuolo cidadão mato-grossense, brasileiro de extraordinária visão, idealizador da ferrovia pantaneira deixou a sua valiosa contribuição ao país, no tempo exato do progresso do estado mato- -grossense e da nação. A f e r r o v i a transpantaneira escoa as safras de grãos para o porto de Santos São Paulo. Percorrendo cerca de1658 quilômetros de trilhos, os 80 vagões da ALL cumpri desta forma a sua missão de transportar as riquezas produzidas na nossa região para outros países. Por outro lado na capital de Mato Grosso Cuiabá, temos um contra-senso com o transporte de passageiros por via férrea, temos que citar o famigerado VLT cuiabano (veículo leve sobre trilhos), que infelizmente já deu um grande prejuízo aos mato-grossenses. Mas temos exemplos de que o progresso pode sim andar nos trilhos, apesar de que no Brasil nesses últimos 100 anos não foram construídas novas linhas férreas de longo alcance para o transporte de passageiros. O setor ferroviário inaugurado no século XX, (1861) passou nos períodos subsequentes por grandes dificuldades, e desta forma pautou-se na integralidade pela construção de rodovias. O país se limitou a conservar a malha ferroviária até então construída, com reformas dos trilhos, compra de novos vagões e locomotivas. Nos grandes centros os metrôs viabilizam o ir e vir de milhões de pessoas por dia, mas certamente os trens de passageiros de longo percurso, poderiam ligar o Brasil com custos muito baratos, passando por cidades, estados, e até mesmo países vizinhos. Os trens europeus chegam a passar por 28 países, e por um número incontável de cidades. No continente asiático temos o exemplo do Japão com o trem bala, inaugurado há 50 anos, mas permanece sempre na linha de pesquisa industrial dos cientistas japoneses, que já criaram várias versões e novos trens bala. As séries mais recentes superam tecnologicamente as mais antigas, e estão cada vez mais velozes. Na Russia, a malha ferroviária é de 85.500 quilômetros, uma das maiores do mundo. Chega a transportar por ano aproximadamente 1,3 bilhão de passageiros e 1,3 bilhão de toneladas de cargas. A empresa russa RZD possui 20.000 locomotivas, 25.000 vagões de passageiros e 650.000 vagões de cargas. No Brasil a malha rodoviária tem uma extensão de 11.000 quilômetros de estradas duplicadas, enquanto que os E.U.A tem 75.200 quilômetros de estradas duplicadas. A logística nacional enfrenta sérios problemas com a infra-estrutura das rodovias a exemplo de Mato Grosso, onde o tráfego de veículos pesados é intenso, e as estradas estão constantemente esburacadas, praticamente intransitáveis. Diante dessa situação o custo do frete precisa subir, a quebradeira de peças dos caminhões é constante em cada viagem. Sem contar com o recente aumento no preço do diesel, que está gerando protestos da categoria a nível nacional. Os reflexos dessa situação, acabam desabando sobre a população em geral. O brasileiro sempre foi solidário, e contribuiu com o país mesmo nos períodos mais críticos da nação. A nova retomada do governo na área econômica para reequilibrar as finanças tem causando transtornos ao bolso dos consumidores. O imposto sobre operações de crédito aos consumidores subiu de 1,5% para 3%. Joaquim levy anunciou quatro medidas para equilibrar as contas do Tesouro a, que vão proporcionar arrecadação de mais de R$ 20,7 bilhões em 2015. Entre as iniciativas que terão impacto direto no bolso do consumidor, está a retomada da Cide (contribuição que incide sobre o setor de combustíveis). A cobrança representa aumento de R$ 0,22 no preço da gasolina e de R$ 0,15 do diesel. Outro ponto divulgado por levy foi o aumento do imposto sobre Operações Financeira (IOF), incidente em todos os empréstimos, incluindo o consignado e o financiamento imobiliário. O imposto foi de 1,5% para 3%. O ministro anunciou também a elevação da alíquota do PIS/COFINS sobre as importações. D i a n t e d o anúncio dessas medidas urgentes na economia do país, e da prática dos percentuais aumentados, fica aqui uma reflexão; “O grande transtorno que abraça hoje não só a categoria dos caminhoneiros, mas também outros segmentos da população brasileira provocando um grande desabastecimento nacional, talvez pudesse ser amenizado ou nem existisse, se a vocação ferroviária do país, tivesse sido corajosamente incentivada, e construído com um traçado de milhares de quilômetros de trilhos dando vez as ferrovias.” Estamos diante de um replay, nós já assistimos esse “filme” num passado não muito distante, que de certa forma contribuiu também para o empobrecimento da classe média brasileira. No setor econômico do país já vimos de tudo, inflação, recessão, fiscal do Sarney, confisco de poupança e até mesmo doação de ouro para o bem do Brasil.

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