As eleições para o senado em 1982 chamou a atenção pela presença de um candidato ilustre; tratava-se de Roberto Campos, pensador econômico que retornava ao estado em que nasceu para tentar uma vaga na chamada Câmara alta. Campos, não somente tentou como conseguiu ser eleito pelo PDS com 147.203 votos, uma verdadeira lavada. O segundo colocado José Garcia Neto, avô do ex-deputado federal Fábio Garcia, obteve 106.734 votos; os outros candidatos que receberam votação foram Vicente Bezerra Neto teve 71.850 votos; Gabriel Novis Neves 51 163 votos, Edvaldo Valeriano Campos Filho com 830 votos, Astério de Melo Franco 847 votos e Emílio Vuolo com 265 votos.
Campos era a estrela daquelas eleições por vários motivos, ele já era economista, professor, escritor, diplomata renomado no mundo inteiro. Ele nasceu em Cuiabá e rodou o mundo, foi cônsul em Washington formou-se em Economia pela Universidade George Washington.
Fez parte da delegação brasileira da Conferência de Bretton Woods, que criou o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Após isso, juntou se à representação do Brasil nas Nações Unidas em Nova Iorque, onde fez a sua Pós-Graduação em Economia pela Universidade de Colúmbia. No período em que permaneceu nos Estados Unidos, foi membro da delegação brasileira em diversas reuniões e conferências internacionais.
Devido a ter vivido muito tempo nos Estados Unidos, ele recebeu o apelido de adversários de Bob Fields.
Mais tarde, tornou-se parte da assessoria econômica do presidente Getúlio Vargas, sendo um dos idealizadores da Petrobras, No Governo Juscelino Kubitschek, foi um dos Presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e teve uma participação importante no Plano de Metas. Após o Golpe de Estado de 1964, foi ministro do Planejamento durante o governo de Castelo Branco, quando promoveu muitas reformas econômicas. Foi um dos idealizadores do BNDES, Banco Central do Brasil, Estatuto da Terra e do FGTS.
Em 1982, foi eleito senador pelo seu estado natal, Mato Grosso. Em 1990, ao invés de disputar a reeleição como senador, preferiu se candidatar a deputado federal pelo Rio de Janeiro, tendo sido eleito naquele ano e reeleito em 1994. Em 1998 se candidatou ao Senado Federal pelo Rio de Janeiro, mas foi derrotado por Sartunino Braga por uma diferença de 5% dos votos. Em 23 de Setembro de 1999, foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras. Faleceu no dia 9 de outubro de 2001, no Rio de Janeiro, aos 84 anos.
Ele é avo de Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central e um dos nomes que mais gozam de respeito e confiança do Ministro da Economia Paulo Guedes.