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sábado, novembro 23, 2024

Retomada do crescimento do PIB mantém ânimo do setor do Fomento Comercial

A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, próximo a 3%, vai refletir positivamente nas transações do Fomento Comercial. Esta é a expectativa do Sindicato das Empresas de Factoring do Estado de Mato Grosso (SINFAC-MT).

Entre os anos de 2016 e 2017, segundo IBGE, o Brasil encolheu 3,6% e teve a pior recessão desde 1948, porém mesmo diante desse cenário, as 19 empresas filiadas ao SINFAC-MT movimentaram cerca de R$ 150 milhões no Estado ao socorrer micro, pequenas e médias empresas num momento de incertezas da economia e dificuldade de acesso ao crédito.

Conforme o empresário Gustavo Defanti, 53, sócio da Commenda Fomento Comercial, que atua há nove anos em Mato Grosso, o mercado cresceu muito neste período, principalmente pelo rigor das grandes instituições financeiras devido à retração da economia. “Em época de crise financeira, os bancos são mais rigorosos na liberação de recursos. O que é natural, já que precisam preservar recursos de terceiros”, explica.

Com este cenário muitos micro e pequenos empresários buscaram o fomento comercial para não fecharem as portas. Neste ano, mesmo com a retomada da economia e o crescimento do PIB, o que levaria a maior facilidade de crédito em bancos, o setor do Fomento Comercial comemora a preservação desses clientes. “Preenchemos a lacuna deixada pelos bancos. Tivemos a oportunidade de mostrar nosso profissionalismo, seriedade e fidelizar essa clientela”, aponta o empresário.

A presidente do SINFAC-MT, Patrícia Neves, afirma que a cada ano o Fomento Comercial vem se modernizando e se profissionalizando. A atividade é autorregulada, estando alicerçada em atos legislativos infraconstitucionais, que dispõem sobre a atividade, incidência de imposto, prevenção à lavagem de dinheiro, entre outros. “O fomento propicia a sobrevivência de milhares de micro e pequenas empresas que sabidamente são as maiores geradoras de empregos no Brasil e isso contribui para o desenvolvimento do nosso país”, disse.

MERCADO NACIONAL – Dados da Associação Nacional de Fomento Comercial (ANFAC) apontam que entre 2016 e 2017 houve um giro de carteira do fomento no Brasil da ordem de R$ 300 bilhões. Esses valores envolveram operações de Factoring, Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios e Securitizadoras de Crédito, lastreadas em recebíveis, originados de transações mercantis efetuadas por cerca de 200 mil pequenas e médias empresas.

“Essas operações contribuíram, no momento de grave contramão da economia, para a preservação de cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos em todo o país. Principalmente na indústria, setor responsável por 80% de todo esse movimento”, destaca o presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite.

DEPURAÇÃO – Segundo o advogado da ANFAC, José Luís Dias da Silva, “o advento da chamada Lei de Lavagem de Dinheiro em 1998, inserindo o Fomento Comercial entre os setores obrigados a estabelecer normas de prevenção ao delito, propiciou uma verdadeira depuração no segmento. As empresas de Factoring se submetem a rigorosas normas, emanadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) que impedem a utilização do setor para finalidades escusas, prova disso é que no âmbito da “operação lava-jato” não existiu qualquer envolvimento de empresas de factoring”, explica.

Além de repelir as tentativas de ocultação da origem do dinheiro, os mecanismos de controle têm colaborado para punir quem pratica os ilícitos, uma vez que entre as obrigações dos segmentos engajados na prevenção à lavagem de dinheiro está a identificação do chamado “beneficiário final”. Um exemplo ocorreu com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

“Quando surgiram as investigações sobre o envolvimento de Cunha com crime de corrupção no Brasil as autoridades da Suíça repassaram informações às autoridades brasileiras identificando-o como beneficiário final de contas abertas em nome de terceiros”, cita.

“Este mesmo controle feito realizado pelos Bancos Suíços hoje é exercido por vários segmentos obrigados a prestar informações aos órgãos de inteligência financeira, entre eles as empresas de fomento comercial, o engajamento do setor de factoring na prevenção e combate à lavagem de dinheiro é de tal envergadura que a ANFAC, já foi agraciada com duas premiações do COAF”, finaliza Dias da Silva.

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