Neste mês, além de celebrarmos o Dia Internacional da Alfabetização – que é comemorado em 8 de setembro –, também obtivemos bons resultados, em nível estadual, por meio do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Mesmo que estejamos rumo a um futuro melhor para a Educação do Brasil, precisamos ser críticos ao atual cenário do país. Neste contexto, é válido destacar que o Brasil ainda tem 11,5 milhões de analfabetos e que não atingimos a meta nove do Plano Nacional de Educação (PNE), que visa a redução do analfabetismo. Pré-fixado para 2015, o objetivo em questão era de que o país atingisse o índice médio de 6,5% na taxa de analfabetismo, mas, infelizmente, os dados apontaram para 7% em 2017 – mesmo dois anos depois da data prevista pelo Plano. No centro-oeste, a taxa configura em percentuais de 5,7, sendo a terceira região melhor colocada do país, precedendo Sul e Sudeste. O PNE ainda prevê a erradicação do analfabetismo, em território nacional, para 2024. A questão é: falta empenho na Educação brasileira ou as metas são inatingíveis? Como psicopedagoga e professora, vejo que há um grande desinteresse da classe política para com a Educação. São muitas as políticas que, ao invés de viabilizar e facilitar, dificultam o precioso trabalho dos profissionais da Rede Pública de Educação; e falo isso com o conhecimento de causa. No que se refere aos profissionais que contribuem para a Educação do país, é importantíssimo parabenizar a todos eles. Em Cuiabá, por exemplo, a escola Ana Tereza Arcos Krause conquistou, pelo quarto ano consecutivo, o melhor desempenho do IDEB em Mato Grosso. Acredito que os bons resultados sejam fruto, principalmente, do esforço e empenho de uma equipe multidisciplinar qualificada e com vontade de ensinar. Portanto, analiso que o Estado não deve apenas suprir as necessidades da Educação, mas também precisa urgentemente valorizar a atuação de todos os profissionais que estão envolvidos no processo educacional. A estrutura e as boas condições também são peças fundamentais para a alfabetização e preparação de alunos. Acredito que, assim como as metas – que são otimistas por demais –, o Brasil conta com profissionais dispostos a transformar a vida de muitos que estão em sala de aula, mesmo que os políticos não estejam orquestrando a mesma valsa. Essa equação, entretanto, faria mais sentido se a classe política fosse menos hostil à Educação e mais dedicada à monitoria de Planos, projetos e ações que mudam a história de pessoas. A Educação é e sempre será o caminho para um país mais justo. *Ivete Barros é psicopedagoga e professora candidata a deputada estadual