Enquanto muita gente se une para tentar tirar a presidência das mãos de Dilma Rousseff (PT), em uma ação que, por mais que movimente um grande número de pessoas, mostra pouca concretude e capacidade de lograr êxito e se tornar algo palpável, o Congresso se movimenta para aprovar o projeto de lei 4330 que pode dar condições aos grandes empresários brasileiros de não ter mais vínculo empregatício com seus colaboradores, fazendo com que a maioria dos cargos hoje existentes, sejam eles de atividades meio ou fim, tornem-se totalmente terceirizados.
A desinformação da grande massa brasileira já preocupa representantes sindicais e da classe trabalhadora, que promete para os próximos dias e semanas diversas manifestações e até greves para ‘acordar’ o povo brasileiro. Da direção estadual da Central Única dos Trabalhadores – CUT e principal nome da agremiação em Rondonópolis, professor João Eudes elencou que existem vários projetos prontos para saírem das gavetas em Brasília para massacrar direitos trabalhistas.
“A terceirização é apenas um dos projetos contra a classe trabalhadora. Claro que temos a consciência que esta ‘manobra’ já existe em muitas empresas no Brasil, mas agora oficializá-la em forma de lei obviamente deve fazer esta prática proliferar de maneira majoritária. O grande risco é banalizar a relação de trabalho, ou seja, a formação se uma carreira sólida ficará ainda mais restrita e os direitos reprimidos”, alertou João.
O representante da CUT elenca que já nos próximos dias a adesão popular aos movimentos sindicais devem aumentar a medida que o assunto vai tomando proporções maiores. “Eu creio que vamos conseguir intensificar o debate. Para quem ainda não sabe do que se trata, o empresário vai poder terceirizar toda a atividade meio e fim de sua empresa, ou seja, tanto as atividades principais até os serviços de manutenção da estrutura e outros. Isto na prática significa que os trabalhadores não vão ter mais carteira assinada com as grandes empresas. Para não ficar sem emprego a pessoa irá se sujeitar a uma empresa menor contratada prestadora de serviço e correrá o risco não só de ver o fundo de garantia, aposentadoria e outros direitos obstruídos, como ter seu próprio salário reduzido”, expõe.
O primeiro efeito de uma possível aprovação da lei da terceirização seria a concorrência das terceirizadas, de acordo com confirmação de João. “Para o serviço de limpeza de uma grande empresa por exemplo. Apareciam três terceirizadas para pegar o serviço e obviamente que a que cobrasse mais barato ficaria com o trabalho. Para ter lucro, obviamente que teria de reduzir o pagamento dos trabalhadores que prestariam serviço, entrando em um processo extremamente danoso a maior parte da população brasileira”, finalizou.