Remi Motter – Pioneiro no lazer turísticoe gastronômico

“Uma história pessoal de muitas realizações na inovação de pontos gastronômicos, que se funde com a cidade.”

Remi Motter é natural de Caxias do Sul RS, hoje com 68 anos de idade tem uma disposição invejável que faz qualquer jovem de 18 anos. Tem três filhos do primeiro casamento, Maristela (médica), Alexandro (engenheiro civil) ambos residentes no Rio Grande do Sul e Junior advogado residente em Rondonópolis. Tem mais três filhos de criação Jonata, Jeferson e Weber. Vilma Borges da Silva é sua esposa atual. Remi é um dos mais ecléticos empresários que Rondonópolis já teve. Vamos conhecer um pouco da história pessoal desse querido e aguerrido Pioneiro.
Jornal Folha Regional; Em que ramo de negócio você trabalhava no sul, quando chegou a Rondonópolis, e qual foi o seu primeiro empreendimento em nossa cidade?
Remi; No sul eu trabalhava em um frigorífico, cheguei a Rondonópolis no dia 28 de Agosto de 1972, vim por intermédio do meu cunhado Nereu. O primeiro ramo de atividade comercial foi o Posto Iracema onde é hoje o Posto Trevão. Lá montamos o nosso primeiro restaurante.
JFR; A que se deve a sua facilidade para projetar novos empreendimentos?
Remi; Eu gosto do que faço talvez seja esse o segredo de tantas realizações, nós abrimos também o Restaurante Novo Mato Grosso em Cuiabá em 1975. No ano de 1976 administramos também o Posto União na cidade de Vilhena em Rondônia. No mesmo ano abrimos a Churrascaria Gaucha na Av. Amazonas, e lançamos em 1977 a Chopperia Maristela a primeira da cidade. No ano seguinte 1978 começamos a gerenciar o Auto Posto Tatuapé na Serra da Petrovina, e o Restaurante Potiguara.No período seguinte administrei o restaurante no Posto Rio Verdão na cidade de Rio Verde MS.
JFR; Como surgiu a idéia de instalar em Rondonópolis, o Grand Prix ?
Remi; O Grand Prix foi o primeiro point da cidade, onde toda a sociedade rondonopolitana frequentava. Tinhamos uma excelente participação musical, com os melhores músicos da época, foram grandes momentos que a cidade viveu, e quem participou daqueles momentos até hoje não se esquece. Em nome dos grandes parceiros da época Cesar e do saudoso Beto da Brahma agradeço a todos que fizeram do Grand Prix naquela época o maior momento de lazer social de Rondonópolis.
JFR; Qual foi um dos momentos mais importantes de sua vida no empreendedorismo gastronômico em Rondonópolis?
Remi; No ano de 1982 eu abri a Churrascaria Espeto de Ouro, foi um grande sucesso. Um grande movimento, e nos tínhamos uma boa equipe para atender a todos. Foi uma oportunidade que tive. Foi um bom momento do meu próprio negócio, onde trabalhei durante 17 anos.
JFR; Como surgiu a oportunidade de aquisição do Sítio Estância Enseada na Rodovia do Peixe?
Remi; Em 1992 juntei as minhas economias, e adquiri a área do sítio, naquele tempo não havia asfalto, era estrada de terra, quando chovia formava vários pontos de alagamento, e as dificuldades para sair daqui para o centro de Rondonópolis eram grandes. Uma história pessoal de muitas realizações na criação de pontos gastronômicos, que se funde com a história da cidade.

JFR; Quando você se instalou aqui, o seu objetivo era recepcionar os amigos, os familiares e os turistas que vinham da região?
Remi; Desde quando abrimos em 1992 sempre atendemos os amigos que aqui vinham pescar. Com o passar do tempo fundou-se a Associação dos Amigos do Tio Zé, foi adquirido um terreno e a enseada servia de ancoradouro. Muitos amigos freqüentavam o nosso sítio, dentre eles o próprio saudoso Tio Zé, Paulão da Carolina, Dr Emival, Cesar da Brahma, o saudoso Beto, Merci Martins, o saudoso Genésio do Carmo, Índio, Gilmar Fábris, Alonso e Vânia, J. Barreto, Zanete Cardinal. Aqui sempre foi uma casa de amigos, por aqui passaram passam gerações e famílias inteiras.

JFR; O que pudemos observar é que desde que você se instalou aqui você se preocupa com a conservação da mata e toda a natureza que está ao redor. Apesar do bom movimento, com a presença de amigos e turistas que vem de outras localidades você temoptado pela sustentabilidade. Como você se sente diante dessa postura?
Remi; Aqui nós sempre preservamos a natureza, e a palavra chave ésustentabilidade, ou seja a utilização da área sem depredar, sem destruir. Não permitimos o desperdício, se todos souberem utilizar dessas maravilhas da natureza, futuramente os nossos filhos e netos poderão usufruir também desses benefícios naturais. Nós estamos numa região privilegiada bem próxima ao encontro do Rio Vermelho com o Ponte de Pedra. Uma das mais belas vistas de Rondonópolis.
O nosso restaurante está a disposição dos visitantes, abrimos de Quinta a Domingo. Servimos aos sábados e domingos várias porções, além de porções de peixes, galinha caipira, refrigerantes e bebidas.
JFR;Na sua opinião ainda falta consciência de preservação ambiental para muitas pessoas, o que precisa ser feito ?
Remi; Sem dúvida a conscientização ambiental tem que ser incrementada principalmente nas escolas. Se cada um que viesse para um lazer na Rodovia do Peixe, ou outra região de preservação plantasse uma arvore, seria maravilhoso e o meio ambiente agradeceria. Nós não cobramos das pessoas, das famílias que aqui vêm com o objetivo de passar momentos de lazer. Cobramos sim responsabilidade na preservação do rio e da mata, para que não joguem latas no meio ambiente, sacolas plásticas e outros objetos.
Quero desde já agradecer ao Jornal Folha Regional pela oportunidade desta entrevista, e agradecer também a todos os amigos e familiares que sempre estiveram juntos conosco nessa. Amigos das horas alegres e nas horas difíceis.
Remi tem ainda inúmeros serviços prestados a sociedade rondonopolitana, foi rotariano durante 13 anos, diretor do União Esporte Clube. Torce também pelo Internacional de Porto Alegre. Foi suplente de vereador pelo partido PMDB em 1982, assumiu como vereador em 1988 durante os 6 últimos meses, quando da morte do deputado Augusto Mário (PMDB), o então vereador Moacir Gonçalves (PMDB) suplente do deputado assumiu a vaga na Assembléia Legislativa de MT.
Ele tem em seu currículo várias honrarias recebidas, dentre elas Cidadania rondonopolitana, Pioneiro rondonopolitano (Medalha Zé Sobrinho), e Honra ao Mérito da Marinha do Brasil, pela preservação da natureza e dos rios mato-grossenses.Nós agradecemos ao amigo Remi pela entrevista, e por nos recepcionar nesse local maravilhoso e privilegiado pela natureza na Rodovia do Peixe.
Fica a nossa dica aos rondonopolitanos e aos turistas que vem de outras regiões visitem a Lanchonete e Restaurante Rancho do Remi.