Reaproveitamento doméstico pode gerar até 50% de desconto na fatura de água

Em tempos onde a falta de chuva fazem encarecer a fatura de água em quase todo território nacional e em muitas capitais a população está convivendo cada vez mais com o rodízio de fornecimento e torneiras secas, o reaproveitamento doméstico tem se tornado a grande saída para a economia e para a garantia de um mini reservatório no lar. Na prática, a utilização de métodos como a captação da água da chuva, por exemplo, pode significar até 50% de redução no valor da conta.
Em Rondonópolis, o fotógrafo e servidor público, Matusalem Teixeira, posicionou uma caixa d’água de mil litros em seu quintal e canalizou a água que escorre pelo telhado, via um cano de pvc (cortado ao meio) de 150 milímetros, para dentro da caixa. O resultado foi uma fatura de água que foi para R$ 35,00, quando sua média era de R$ 70,00.
“As chuvas que caem nesta época do ano têm um grande volume de água, então a maioria delas já faz encher esta caixa toda. Se eu tivesse um reservatório maior certamente que o resultado de economia seria ainda melhor, mas já consigo lavar toda a calçada, banheiros e aguar as plantas que tenho, o que já fez dar esta diferença financeira que durante um ano vai ser de mais de R$ 400,00”, comentou o fotógrafo.
Morador do bairro da Coophalis, Matusalem afirma que se sente satisfeito sobretudo porque sente-se contribuindo para um bem social, além de ter gerado uma sobra de recurso individual que aplica em outros fins. “A gente observa que nas grandes cidades a pessoa tem dinheiro, uma casa enorme e linda e não tem água, o que vai adiantar? Acho que dá para todo mundo contribuir, até porque vai ser benefício direto para pessoa mesmo já de início. A diferença que me sobro já vai me servir para a cerveja”, brincou.
Cuidados
Apesar de ser uma técnica relativamente simples, o aproveitamento de água da chuva possui requisitos mínimos que devem ser respeitados para garantir o funcionamento do sistema e, principalmente, para assegurar a qualidade dos volumes coletados e a segurança de quem manuseia o conteúdo captado pelo reservatório. O telhado ou a laje de cobertura da edificação devem funcionar como área de captação e jamais deve-se fazer a captação a partir de pisos, segundo especialistas.
A capacidade de reserva deve levar em conta a demanda por água não potável. O número de usuários e seus hábitos de consumo, além das diversas aplicações que essa água pode ter na edificação, como limpeza de pisos e rega de jardins, ou seja, não é indicado que esta água fique muito tempo em armazenamento, em virtude de não ser tratada. É imprescindível, segundo indicações técnicas, desprezar as primeiras chuvas que caem. São elas que vão arrastar os poluentes presentes no ar e lavar a sujeira acumulada na área de captação (telhados). As recomendações técnicas indicam um descarte em torno de um a dois litros de água da primeira chuva para cada metro quadrado de telhado. Assim, se a cobertura que tem 20 metros quadrados, é necessário desconsiderar um volume entre 20 e 40 litros.
Um sistema mínimo de tratamento das águas pluviais envolve não somente o descarte das primeiras águas, mas a remoção dos sólidos, como folhas, galhos e areia, por meio da utilização de filtro ou tela. É recomendada a desinfecção com compostos de cloro, quando existir a possibilidade de contato da água com a pele do usuário ou quando o tempo de armazenamento for longo. Neste caso, também é fundamental que se tampe a caixa, já que se não for feito isto o reservatório pode servir de grande criadouro de mosquitos, ou mesmo ser contaminado pelo contato de ratos ou insetos.
Da Redação