24.4 C
Rondonópolis
sexta-feira, novembro 22, 2024

Radicais de extrema direita mantém recenseadora em cárcere privado

A recenseadora do IBGE Luana Milani afirma ter sido mantida em cárcere privado em Araçoiaba da Serra, na região de Sorocaba (SP), por um grupo de bolsonaristas. Ela estava em sua jornada de trabalho quando foi abordada por defensores do candidato derrotado à Presidência Jair Bolsonaro (PL). A suposta razão para isso seria um adesivo do vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em seu carro.

De acordo com relato do professor de História Martinho Camargo, marido de Luana, ela ficou mais de três horas sob cárcere. Após realizar perguntas em uma chácara para o Censo 2022, os proprietários impediram a mulher de deixar o local. Com bandeiras do Brasil nos carros, os moradores bloquearam a saída de seu veículo.

“Ao sair da entrevista em uma chácara, a proprietária viu que ela tinha um adesivo do PT no carro. Ela ficou em cárcere privado, sendo ameaçada por jagunços da fazenda e também ameaçada de prisão. Por favor, me ajudem”, afirmou o marido da recenseadora.

De acordo com informações de moradores da região, ela ficou das 11h30 até as 14h50 na garagem da chácara. Ainda a partir de relatos locais, a Polícia Militar foi chamada. Contudo, os policiais teriam entrado na chácara e confraternizado com os suspeitos, em vez de agir para liberá-la de imediato.

A manutenção de alguém em cárcere privado é crime grave. O Código Penal prevê pena de reclusão de um a três anos. Caso confirmado “grave sofrimento físico ou moral”, a pena pode ser elevada para até oito anos.

Segundo apuração do Portal Porque, que atua na região, após a liberação os bolsonaristas ainda seguiram a pesquisadora com um Fiat Uno com uma bandeira do Brasil no capô, além de uma viatura da Polícia Militar.

CÁRCERE PRIVADO
Martinho divulgou um vídeo depois que os bolsonaristas “libertaram” sua mulher. Ele agradeceu os esforços de todos que se mobilizaram, como sindicatos da região. “Com certeza foram fundamentais para que minha esposa pudesse chegar em casa”, disse.

“Ela passou quatro horas sob cárcere privado por um grupo de bolsonaristas em uma vila de chácaras em Araçoiaba da Serra. Foi ameaçada, foi xingada, humilhada. Ela sofreu sérios riscos”, disse. O professor confirmou que, apesar da chegada da polícia, os bolsonaristas a mantiveram sob cárcere e relatou que Luana “está em estado de choque” e chorando muito. “Este é um pequeno exemplo do que pode ser o país viver em uma ditadura.”

 

Da redação (com informações da ABR)

RELACIONADAS

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

OPINIÃO - FALA CIDADÃO